(Curitiba) Bancários ligados ao movimento sindical cutista reuniram-se no último fim de semana (25 de maio) em Arapoti, a 250 km de Curitiba, onde discutiram o atual momento do trabalhador nos bancos Itaú e Unibanco. O coletivo do banco Itaú debateu questões como segurança bancária, condições de trabalho e a urgência de novas contratações. Por outro lado, os trabalhadores do Unibanco se pautaram pela organização e estruturação do coletivo do banco no Estado e um aprofundado debate sobre as RR (Remuneração por Resultados).
De acordo com o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco Itaú, Wanderlei Crivelari, os bancários do Itaú se ressentem de uma reestruturação inadequada que vem ocorrendo nos últimos meses, que culminou com o fechamento de 60 agências no interior do Estado. “O Itaú agiu de forma arbitrária e unilateral ao fechar estas agências e as demissões continuam ‘pingando’. Lamentamos esta atitude, pois a realidade mostra que o banco precisa de mais bancários. É inadmissível qualquer processo de demissão neste momento”, desabafou.
A maioria absoluta dos participantes do encontro condenou o atual modelo de gestão do Itaú no que diz respeito à segurança bancária. “Ainda hoje muitas agências não dispõem de mecanismos essenciais como portas de segurança e um número inadequado de vigilantes. Precisamos estabelecer urgentemente no banco, melhores condições de trabalho e segurança à altura dos bancários, clientes e usuários”, salientou o secretário de Assuntos Jurídicos da FETEC – CUT/PR e trabalhador do Itaú, Darci Saldanha.
Segundo ele, outro problema apontado é a carência de bancários nas agências. “Em algumas delas, tudo gira em torno de um trabalhador. Ele é o caixa, o gerente, o auxiliar administrativo, faz tudo, enfim. Situações com esta não podem continuar acontecendo”, complementou Saldanha, criticando as decisões administrativas do Itaú. Conforme o dirigente da FETEC, o principal argumento utilizado pelo banco para o “enxugamento” foi a transferência das contas do Poder Executivo Estadual para os bancos públicos federais. “Não se justifica. O Itaú é um banco que precisa do vínculo com a comunidade e por isso, deve respeito a ela. O fechamento sumário de 60 agências precisa ser revisto”, concluiu.
Na avaliação dos anfitriões do evento, houve grande interesse dos bancários nos temas debatidos, e de maneira especial, em relação à palestra apresentada ao final do encontro pelo Secretário de Imprensa da FETEC – CUT – PR e Conselheiro Deliberativo do Funbep (Fundo de Pensão dos Trabalhadores no Itaú Oriundos do Banestado), José Altair Monteiro Sampaio, eleito para o quadriênio 2005-2009. Na oportunidade, Sampaio falou sobre reforma da previdência e previdência complementar, enfatizando os resultados de 2006 do Funbep, da Fundação Itaubanco, da Funcef e Previ, e aproveitou para esclarecer dúvidas dos trabalhadores bancários da base de Arapoti e região.
Para o Secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Arapoti e Região e trabalhador bancário do Itaú, José Ubiraci de Oliveira, a palestra foi um dos pontos altos do evento: “O comentário geral dos gerentes, diretores e trabalhadores que assistiram à palestra foi de que eventos como este deveriam ocorrer sempre nas bases”.
O secretário de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Arapoti e Região e bancário do HSBC, Clayton de Oliveira, ressaltou que encontros de coletivos sempre fortalecem a base. Clayton argumentou que a palestra, apresentada na sexta à noite foi fundamental para os trabalhadores e dirigentes sindicais. “As explicações claras e precisas do palestrante para um tema tão relevante e controverso proporcionaram a todos nós, mais bagagem enquanto dirigentes sindicais na medida em que as informações nos habilitam a prestar esclarecimentos a outros colegas da base. Foi válido para todos os trabalhadores bancários”, acrescentou.
Unibanco
Durante o encontro do coletivo dos trabalhadores bancários do Unibanco, realizado em Arapoti na última sexta-feira, a vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e Região e trabalhadora bancária do Unibanco, Nivalda Roy, destacou a importância do evento como parte do projeto de estruturação do coletivo do Unibanco em todo o Estado. “Um encontro como esse é importante na medida em que podemos fazer um levantamento e iniciar um processo de discussão sobre os principais problemas nas agências”, enfatizou.
Atualmente, segundo os dirigentes sindicais do Unibanco, os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores nas agências bancárias se situam nas áreas de saúde, segurança e condições de trabalho. Outro tema bastante enfocado foi as RR (Remuneração por Resultado). Durante o evento, os trabalhadores do Unibanco apresentaram subsídios e informações para serem abordados durante seminário que será realizado em São Paulo nas próximas semanas.
Para o Secretário de Organização da FETEC–PR e trabalhador bancário do Unibanco, Armando Dibax, este processo inicial deve alavancar o coletivo do Unibanco em todo o Estado. “Por ser o primeiro encontro, creio que tivemos um grande avanço nas questões que entraram em pauta. A estruturação de um coletivo de trabalhadores que representam outros trabalhadores é essencial para avançarmos na discussão e na solução dos principais problemas da nossa categoria”, reforçou.
No dias 30 e 31, nova reunião será realizada em São Paulo com trabalhadores do Unibanco. O encontro, em nível nacional, terá a participação dos representantes das COE (Comissão de Organização de Empresa) do Unibanco em todo o país.
Fonte: Edson Junior – Fetec PR