Ato-show: Parlamentares refor‡am luta contra privatiza‡Æo do Banrisul

(Porto Alegre) Na manhã de fria do último sábado os bancários deram mais uma vez uma demonstração pública de força, na luta travada contra a ameaça de privatização do banco dos gaúchos. O ato-show promovido pela Federação dos Bancários RS, sindicatos filiados e o SindBancários teve mais 200 participantes, incluindo banrisulenses de todo o estado, parlamentares, representantes de partidos políticos e dirigentes sindicais de diversas categorias.

 

O ato-show teve apresentações do músico Nei Lisboa e do cantor nativista Leonardo. Também participaram do evento os deputados estaduais (Raul Carrion, Stella Farias, Adão Villa Verde e Elvino Bonn Gass), federais (Luciana Genro, Manuela D’Ávila e Pompeo de Mattos) e vereadores da Capital (Sofia Cavedon e Carlos Comassetto), ex-ministros Olívio Dutra e Miguel Rossetto, além de lideranças e dirigentes de centrais sindicais (CUT e Conlutas) e partidários. Representantes de 27 sindicatos de bancários filiados à FEEB-RS estavam no ato.

 

Abertura de capital

O movimento em defesa do Banrisul iniciou no mês de abril, após o anúncio do processo de capitalização do banco, feito pela governadora Yeda Crusius. O processo prevê até o momento a venda de ações preferenciais, que têm prioridade no recebimento de dividendos do banco, à frente até mesmo do Estado, que detém 99,6% das ações ordinárias. Também foi aprovada a participação de conselheiros independentes no Conselho de Administração do banco. Pont lembra ainda que os acionistas do Banrisul já sinalizaram que podem transformar ações preferenciais em ordinárias.

 

A entrada de conselheiros independentes, cujas regras não foram divulgadas, preocupa ainda mais os bancários. “Essa é a prova mais clara de que o banco terá influência direta do mercado. O alerta que queremos dar é: o fato de quase 100% das ações ordinárias (com direito a voto) estar em poder do Estado (leia-se dos gaúchos) não garante nenhuma restrição à ascensão privada na gestão do banco”, reforça Juberlei Baes Bacelo, presidente do SindBancários. “Fazer o jogo privado é acabar com agências em pequenas cidades, reduzir crédito subsidiado a setores da economia e tirar de dentro das agências clientela de baixa renda”, observa Bacelo.

 

Função Social

O diretor da FEEB-RS e funcionário do banco, Amaro Silva de Souza, salienta que o movimento sindical não está preocupado apenas com a redução dos postos de trabalho, caso a privatização seja efetivada. “Entendemos que o Banrisul é o principal agente de desenvolvimento para a economia gaúcha. Fora isso exerce uma função social que é vital junto às pequenas comunidades, que não têm acesso aos demais bancos. A luta pela manutenção do banco enquanto instituição pública é coletiva, pois atinge toda a sociedade gaúcha”, destaca Amaro.

 

Ação parlamentar

O deputado estadual Raul Pont, adiantou durante o ato-show, que irá propor nesta quarta-feira, 20, a inclusão de novas restrições à venda de capital do Banrisul na Constituição estadual. A proposta será apresentada por Pont aos 30 deputados que integram a Frente Parlamentar em Defesa do Banco Estadual, que une oposição e situação na Assembléia. Segundo ele, a Constituição prevê que a venda do banco só pode ocorrer com aprovação pela Assembléia ou em plebiscito popular. “Queremos criar restrições para limitar o avanço de investidores privados sobre o banco, que, no ritmo estabelecido pelo atual governo, desaguará na privatização”, justifica o deputado. Ele espera ter apoio de todos os integrantes da Frente, o que pode agilizar a tramitação do Projeto de Lei. “Quero construir o teor do PL com todos”, antecipou. "Vamos poder saber quem realmente é favorável à manutenção do banco público".

 

Abaixo-assinado estadual

Para o deputado estadual Raul Carrion (PCdoB) é preciso conquistar a opinião pública e agregar toda a sociedade gaúcha na luta em defesa do banco. “Por que não realizar um abaixo-assinado estadual pela manutenção do Banrisul como banco público e patrimônio dos gaúchos? Esta seria com certeza uma grande iniciativa, com grande poder de pressão sobre o governo Yeda.

 

Fonte: Feeb-RS e Seeb Porto Alegre

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