Procon faz trabalho que bancos relutam em assumir

(São Paulo) A retórica de responsabilidade social é dos bancos, mas na hora de colocar o discurso em prática é o Procon que arregaças as mangas. A entidade disponibiliza para os consumidores desde a semana passada em seu site um programa simples para as pessoas saberem exatamente o custo total de uma operação de crédito. Vale lembrar que desde o dia 3 os bancos são obrigados a divulgar este custo total, mas eles continuam sonegando informações que são ruins para os seus negócio e excelentes para a sociedade.

O programa disponibilizado pelo Procon é gratuito e pode ser acessado por qualquer pessoa no endereço www.procon.sp.gov.br/webcet. A divulgação do chamado Custo Efetivo Total (CET) visa facilitar as comparações entre os valores oferecidos pelo mercado a fim de fomentar a concorrência e, conseqüentemente, derrubar os valores das operações de crédito.

“A divulgação do CET é extremamente benéfica para a sociedade, pois o consumidor saberá exatamente quanto e como terá que pagar, podendo evitar um endividamento pesado. Já para os bancos é ruim, pois eles terão que oferecer valores menores para atraírem o cliente. Por isso relutam tanto em colocar a norma em prática”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato de SP. “Esse é apenas mais um fato que mostra o quanto o discurso de responsabilidade social está apenas nas propagandas”, completa.

Desde o dia 3 de março, uma norma do Conselho Monetário Nacional (CMN) obriga os bancos a divulgarem claramente o CET, mas, segundo um levantamento feito pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), a obrigação foi sumariamente ignorada pelas instituições. Segundo o matemático José Dutra Vieira, ouvido pelo jornal Folha de S.Paulo, a norma é uma das mais importantes editadas pelo CMN, pois abre caminho para a queda de juros por meio da concorrência.

Somente na quinta-feira, dia 3, depois que seu descaso com a sociedade foi amplamente divulgado pela imprensa e que o Banco Central ameaçou com punições é que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) recomendou que os seus filiados adotassem a lei.

Fonte: André Rossi – Seeb SP

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