(São Paulo) Diante da “atrocidade” que é o aumento anunciado dos “salários” dos parlamentares, a Contraf-CUT orienta os sindicatos e federações filiados a organizarem atividades com o propósito de manifestar a indignação dos trabalhadores do ramo financeiro em face da decisão das mesas do Senado e Câmara Federal com o beneplácito do “colégio de líderes”. Não tem cabimento decisões em causa própria do Parlamento brasileiro.
O percentual de reajuste de 90,7% aumenta os rendimentos dos parlamentares dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 24,5 mil. Tal decisão acontece na mesma semana em que as centrais sindicais pleitearam em Brasília um reajuste maior para o salário mínimo da ordem de R$420,00 e a correção da tabela do Imposto de Renda em 7,7%.
“Temos encontrado dificuldades para fazer valer nossas reivindicações; porque quando se trata de aumentar os ganhos dos trabalhadores, todos argumentam sobre os impactos nas contas da Previdência e das prefeituras. E o reajuste dos parlamentares, não causa impacto? Para nós, a destinação do orçamento da União deve privilegiar o fomento da economia, como ocorre com o aumento do mínimo e a correção da tabela do IR. Dobrar salários de deputados e senadores nunca contribui para o desenvolvimento do país, ao contrário, só traz impactos negativos”, disse Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT e diretor da CUT.
O dirigente destaca a importância de os sindicatos mobilizarem a sociedade para se oporem ao despropositado aumento dos parlamentares. “A CUT Nacional convoca os trabalhadores e nós, bancários e demais colegas do ramo financeiro, não podemos ficar de fora das atividades. Sempre fomos linha de frente nas lutas do povo brasileiro e agora temos que brigar contra este aumento vergonhoso”, destacou.
Entre as atividades, ressalta Vagner Freitas: os atos públicos e abaixo-assinados de repúdio ao reajuste abusivo. “Temos que mostrar nossa insatisfação, que é de toda a sociedade brasileira. Vamos brigar contra o aumento salarial dos deputados e senadores e vamos nos fazer ouvir e ampliar a mobilização pelo aumento real do salário mínimo e da correção da tabela do imposto de renda”, finaliza.
Fonte: Contraf-CUT