Os bancários de Santander e do ex-Real voltam às ruas nesta quinta-feira, dia 4, para mais um Dia Nacional de Luta. Os trabalhadores reivindicam do banco o pagamento do adicional de PLR, o fim das demissões e a manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores dos dois bancos. A mobilização foi indicada na reunião conjunta das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) dos dois bancos, ocorrida na última quinta-feira, 28 de maio, em São Paulo.
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Os trabalhadores vão cobrar mais uma vez do banco o pagamento do adicional da PLR, cujo não pagamento foi fruto de manobras contábeis no balanço publicado pela empresa em 2008, que frustrou as expectativas criadas pelo próprio presidente do banco, Fábio Barbosa. Enquanto isso, o banco pagou bônus milionários de até R$ 1,4 milhão para superintendentes e fixou a remuneração anual média de R$ 8,6 milhões para os 26 diretores-executivos em 2009.
Enquanto os executivos do banco recebem milhões, a recompensa dos bancários, verdadeiros responsáveis pelo lucro do banco, é bem diferente: demissão. Entre março de 2008 e março de 2009, o banco espanhol extinguiu 3.300 empregos no Brasil. As dispensas desrespeitam um processo de negociação com os trabalhadores que já conquistou vários mecanismos para evitar as demissões, como a criação de um centro de realocação profissional e os aditivos à convenção coletiva que estabeleceram a licença remunerada pré-aposentadoria (pijama) e incentivos para aposentadoria. Os bancários exigem o fim das demissões e o deslocamento de mais funcionários para as agências, para resolver a sobrecarga de trabalho e a falta de pessoal.
Além disso, os trabalhadores repudiam as mudanças sem negociação com as entidades sindicais realizadas pelo banco no HolandaPrevi e nos planos de assistência médica e odontológica, entre outros pontos. O caso mais grave aconteceu com os planos de previdência. Em vez de estender o antigo HolandaPrevi, do Real, para os bancários que não tinham plano com uma patrocinadora, o Santander criou um novo plano. Para os sem-prev, a proposta é razoável, mas precisa de avanços, pois não considera o tempo de casa e nem faz aporte que possibilite um acúmulo de reservas que permita transformá-la no futuro em real beneficio.
Mas para quem já tem o HolandaPrevi, o novo plano é péssimo, com redução de mais de 50% dos valores depositados. A orientação é que ninguém faça adesão. Além do mais, os bancários têm prazo de 60 dias, a partir do dia 1º de junho, para fazer a sua escolha.
(Matéria atualizada às 11h30)