Bancários param agências e cobram mais segurança em Belo Horizonte

Mobilização no Dia Nacional de Luta por Mais Segurança nos Bancos

Em manifestação realizada na manhã desta quarta-feira, dia 21, na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, o Sindicato voltou a exigir dos bancos mais investimentos em segurança. A manifestação fez parte das mobilizações que ocorrem por todo o país, no “Dia Nacional de Luta por mais Segurança nos Bancos”, envolvendo trabalhadores, clientes e a população.

Os bancários paralisaram as agências do Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, dialogaram com os trabalhadores e distribuíram uma publicação dirigida aos clientes e usuários das agências mostrando a importância de mais investimentos em segurança.

O presidente do Sindicato, Cardoso, ressaltou que o objetivo da mobilização foi denunciar e alertar a sociedade para o descaso dos bancos em investir mais em segurança, apesar dos lucros gigantescos das instituições.

“Durante o dia de luta, os bancários de todo o país protestaram contra a retirada de portas giratórias no Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, o que é um absurdo porque isso fragiliza a segurança das agências e postos de atendimento, aumentando o risco para trabalhadores e clientes. Os bancários exigem não só a manutenção das portas giratórias, mas a instalação em todos os estabelecimentos”, afirmou Cardoso.

Instaladas no final dos anos 90, após muitas lutas dos bancários e aprovação de leis municipais, a experiência revela que as portas giratórias têm sido eficientes na redução dos assaltos. A estatística nacional da Febraban aponta que em 2000 houve 1.903 ocorrências. Em 2010, o número baixou para 369, uma queda de 80,16%.

De acordo com a 2ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, divulgada nesta quarta feira, 21, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), aponta 1.591 ocorrências em 2011, uma média de 4,36 por dia.

Desses casos, 632 foram assaltos (inclusive com seqüestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 959 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos (incluindo o uso de dinamites e maçaricos).

O Sindicato ressalta a importância de garantir a instalação de portas giratórias, por meio da aprovação de leis municipais e estaduais e exige também que esse equipamento seja item obrigatório no projeto de lei de estatuto de segurança privada, que está sendo elaborado pelo Ministério da Justiça para atualizar a lei federal nº 7.102/83.

A mobilização visou também combater o crime da “saidinha de banco”, responsável por 32 das 49 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2011 em todo país. O Sindicato reivindica privacidade nas operações de saques, através da instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas e colocação de divisórias opacas e individualizadas entre os caixas eletrônicos.

“Exigimos também mais investimento em segurança, já que os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 50,7 bilhões em 2011, enquanto gastaram apenas R$ 2,6 bilhões em despesas de segurança e vigilância, o que significa uma média de 5,2% em relação aos lucros. Está na hora de as instituições financeiras tratarem a segurança como investimento e não como custo. Afinal, a vida das pessoas vale mais que o lucro”, enfatizou Cardoso.

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