Em defesa dos empregos e salários, a Contraf-CUT participou de um ato na manhã desta quarta-feira no centro de São Paulo, na Praça do Patriarca. A mobilização é parte do Dia Nacional de Luta, convocado pela CUT a todas as entidades filiadas do país. Também participaram da mobilização o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Fetec/SP, bem como representantes de metalúrgicos, químicos, trabalhdores da construção civil e outras categorias.
O Dia Nacional de Luta por empregos e salário é uma das principais atividades promovidas pela CUT contra a especulação criada por empresários e políticos no país que se aproveitam para lucrar com a crise internacional iniciada em setembro do ano passado nos Estados Unidos. A CUT se posiciona contra as demissões e a flexibilização dos diretos dos trabalhadores.
Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT e secretário de Políticas Sindicais da CUT nacional, afirmou que a Central Única dos Trabalhadores repudia a posição de centrais sindicais, como a Força, que aceitaram negociar com os empresários a redução dos diretos e salários dos trabalhadores para manter os empregos. “A crise internacional é uma oportunidade para questionarmos o modelo capitalista que aí está”, diz Vagner. “Existem muitos empresários inescrupulosos que se aproveitam da crise para lucrar com a diminuição de salários e a demissão de trabalhadores, ajustando o quadro de empregados da empresa com a supressão da mão-de-obra”, completa.
Para Vagner, o remédio para sairmos da crise é reaquecer o mercado interno, baixar as taxas de juros, o spread bancário e congelar os altos salários dos executivos no país – como ocorrerá com os empresários norte-americanos, conforme medida anunciada há alguns dias pelo presidente recém-empossado dos Estados Unidos Barack Obama.
Juvândia Leite, secretária geral do Sindicato dos bancários de São Paulo, reforçou o recado da CUT aos empresários e à população brasileira, lembrando dos altos lucros dos bancos no país, que vem demitindo trabalhadores por razões imotivadas. “Temos que cobrar a liberação do crédito e a redução da taxa de juros, para girar a economia e manter o país em crescimento, como vem fazendo o governo Lula”, afirma Juvândia.
Sebastião Cardozo, o Tião, presidente da CUT Estadual e da Fetec/SP reiterou que a CUT não assinará nenhum tipo de acordo em que os direitos dos trabalhadores sejam solapados. “Vamos denunciar quem são esses atores sociais (políticos, empresários, mídia) que vêm utilizando a crise financeira para lucrar com a demissão de trabalhadores e a flexibilização dos direitos”, disse.
O ato foi fechado com uma caminhada pelas ruas do centro da cidade alertando a população sobre as demissões imotivadas dos trabalhadores e o oportunismo dos capitalistas para lucrar com uma crise que eles próprios criaram. Artur Henrique, presidente da CUT Nacional está participando do dia Nacional de Luta com ato em frente à sede da Vale, no Rio de Janeiro. Em todos as mobilizações, as entidades filiadas da CUT, mandam o mesmo recado: foram os capitalistas gananciosos e não os trabalhadores que criaram esta crise. Não pagaremos esta conta. Nada de redução de diretos e salários.