Compensação de cheques por imagem não pode gerar demissões nos bancos

A Fenaban divulgou nota em janeiro comunicando aos bancos que a compensação de cheques por imagem, em fase de testes, seria implantada no final de março. Segundo a nota, “a partir de 25 de março não haverá mais troca de cheques físicos”.

O projeto, que a Fenaban chama “compe por imagem”, elimina o trâmite e a troca física do cheque com a finalidade de compensação. A captura da imagem é feita na boca do caixa ou nos terminais de auto-atendimento, neste último caso, a digitalização será feita posteriormente, na retaguarda.

A imagem digitalizada vai gerar um arquivo eletrônico que será lançado on line no sistema operacional do banco. O banco acolhedor faz a troca de informações com o banco sacado diretamente.

“É mais um processo de automação em um setor já altamente informatizado, o que, na prática, significa a eliminação de etapas de trabalho”, diz a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ana Tércia. Segundo a entidade apurou, serão fortemente impactadas as áreas de transporte, expedição, setor de compensação, retaguarda de agências e microfilmagem, ainda mantida em alguns bancos.

“O Sindicato já vem procurando a direção dos bancos desde o ano passado, em uma atitude preventiva, para garantir que os empregos dos trabalhadores dessas áreas sejam preservados”, informa Ana Tércia.

Há reunião marcada para a próxima terça-feira 22 com o Bradesco, banco com um dos maiores números de trabalhadores que podem ser atingidos pela adoção do processo.

Economia

Especialistas da área estimam que, com a adoção do processo, os bancos economizarão cerca de R$ 250 milhões apenas com transporte. “Isso nos dá uma ideia de quanto um processo de automação representa em economia de custos. E se a empresa economiza, ela não deve prejudicar os clientes, cobrando taxas por esses serviços, nem os trabalhadores, com demissões”, ressalta Ana Tércia.

A diretora destaca que o Sindicato não é contra a automação, mas que os avanços tecnológicos não podem resultar em prejuízos sociais. “O Sindicato quer garantir que essas pessoas sejam remanejadas e que antes disso sejam capacitadas pelo banco para atuar na nova área. Queremos evitar que elas sejam remanejadas e que logo depois, por falta de experiência na nova função, sejam desligados.”

Informe o Sindicato

O Sindicato pede que os bancários das áreas que serão atingidas relatem como está sendo a implantação do projeto em seus bancos. “É importante que o Sindicato esteja bem informado sobre como vem sendo tratado o tema em cada instituição, e para isso precisamos dos relatos dos bancários”, solicita Ana Tércia.

O Sindicato disponibilizou um endereço eletrônico específico para receber informações sobre o assunto: [email protected]

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