Representa‡Æo de 150 pa¡ses na CSI ‚ in‚dita no sindicalismo

O maior desafio, e o mais urgente, da recém-fundada CSI (Confederação Sindical Internacional) será transformar os diagnósticos e resoluções sobre o mundo do trabalho em ações concretas e que ganhem visibilidade, segundo avaliação do presidente da CUT Artur Henrique. “Uma das decisões tomadas no congresso de fundação da CSI é a de construir um primeiro ato internacional, que funcionará como um marco da capacidade de mobilização da entidade”, diz Artur, que integrou a delegação da CUT que participou do congresso, realizado entre os dias 1º e 3 de novembro, em Viena, Áustria.

 

A CSI nasceu da fusão entre a CIOSL (Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres), a Confederação Mundial do Trabalho e outras entidades. O aumento da base de representação provocada pela fusão faz a CSI contar com a participação de 170 milhões de associados, ligados a entidades sindicais de 150 países.

 

O princípio da CSI é fazer frente ao capital globalizado e pressionar e fiscalizar para garantir que os países respeitem direitos trabalhistas dignos já estabelecidos em convenções internacionais, ou que estabeleçam plataformas laborais onde sequer existem ainda. “É necessária nossa organização para combater barbáries como a existência de 1,4 bilhão de seres humanos trabalhando por menos de dois dólares por dia, ou as mortes notificadas de 2,2 milhões devido a acidentes de trabalho, todo o ano. A humanidade precisa ser lembrada, insistentemente, de que há mais de 12 milhões de escravos no mundo, até que tome para si a tarefa de combater tais absurdos”, avalia Artur.

 

Para João Felicio, secretário de Relações Internacionais da CUT e integrante da delegação que esteve em Viena, a fundação da CSI é um fato histórico. “Nunca o movimento sindical teve uma iniciativa que tivesse tamanha representatividade. E a CSI já formulou diagnósticos muito lúcidos e consistentes sobre o mundo do trabalho. Precisamos agora passar à prática, e isso deve incluir, necessariamente, campanhas e mobilizações internacionais”, afirma.

 

Por congregar entidades de diferentes concepções, inseridas em realidades nacionais muito diversas, a CSI já recebe críticas de setores do movimento sindical, por conta de uma suavização de princípios e métodos que seria resultado de acomodação de interesses muito díspares.

 

Por exemplo: Artur reclamou, em pronunciamento que fez no congresso fundador, da ausência de debates sobre a luta pela terra. “A influência na CSI dos países europeus, que já superaram a questão da reforma agrária há muito tempo, cegou a organização do congresso sobre o tema”, afirma. Para Felício, a agenda dos países pobres e em desenvolvimento precisa ser colocada como eixo central da nova entidade. “As nações desenvolvidas precisam se engajar na pauta dos trabalhadores e ajudar no combate a práticas de países que não adotam legislação trabalhista, piso salarial nem salário mínimo regional, muitas vezes em benefício de corporações sediadas nas grandes potências”, diz.

 

A secretária nacional de Comunicação Rosane Bertotti, ao falar em plenário, destacou a importância que deve ser dada à construção de uma rede democrática e supranacional de comunicação, sem a qual será ainda mais difícil concretizar as ações propostas. “Há diferentes instrumentos e tecnologias que devem ser utilizadas para uma troca constante de denúncias, experiências e conquistas entre as entidades filiadas”, comenta Rosane.

 

Maria Ednalva Bezerra Lima, secretária sobre a Mulher Trabalhadora, foi eleita para compor o Conselho da CSI, integrado por sindicalistas de 70 países. Também foram delegados pela CUT ao congresso fundador Quintino Severo, secretário-geral, Rosane Silva, secretária de Política Sindical, Denise Motta Dau, secretária de Organização Sindical, Lúcia Reis, diretora executiva, e Everaldo Augusto da Silva, e Expedito Solaney, também diretores executivos.

 

Fonte: CUT.org.br

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