O governo golpista de Michel Temer tem muita pressa em aprovar projetos contrários aos interesses dos trabalhadores e da sociedade brasileira. No mesmo dia em que entidades de todo o País realizavam no Rio de Janeiro um grande ato para marcar o lançamento da campanha “Se é público, é para todos”, 6 de junho, com a presença do ex-presidente Lula, o golpista Temer suspendia nomeações nas estatais. E nesta quarta-feira (8), dois dias depois, pode ser votado em regime de urgência o PL 4918 (ex-PLS 555), integrante de um verdadeiro pacote para os próximos dias que inclui o PL 397 (oriundo a CPI da Petrobras, com foco em licitações, mecanismos de controle e conselhos de administrações) e o PL 268, dos Fundos de Pensão.
“A força do nosso ato no Rio, com grande repercussão, certamente acelerou ainda mais esse ataque. Os golpistas querem impedir que possamos nos mobilizar, mas não vão conseguir”, avalia a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serano. Nesta quarta, 8, representantes sindicais de entidades que integram o comitê, como a Fenae e a FUP, já estão no Congresso para intensificar a pressão sobre os parlamentares e tentar impedir a votação do PL 4918. E por todo o País a orientação do comitê é a mesma: procurar pelos deputados federais nos estados e apresentar os riscos dos projetos, que pretendem levar à privatização das empresas e afastamento dos trabalhadores de seus conselhos de administração.
“Vamos procurar especialmente os deputados da base aliada (PT, PCdoB, PSOL, Rede) e ampliar o apoio contra a aprovação desses projetos. Encaminhar e-mail aos parlamentares, conversar com as categorias e nos preparar para um enfrentamento ainda maior do que ocorreu com o PLS 555 no Senado”, antecipa a coordenadora do comitê nacional. Se não ocorrer nesta semana, a expectativa é de que a votação possa acontecer entre os dias 13 e 14, e é importante que as entidades já se preparem para enviar seus representantes a Brasília.
No caso do PL 4918, se aprovado com alterações de texto será remetido novamente ao Senado; se mantido na íntegra, segue para sanção presidencial. Já o PL dos fundos de pensão, que inicialmente seria avaliado pela Comissão de Seguridade Social e Família, também poderá entrar para votação em caráter de urgência, tamanha é a pressa dos golpistas. “Querem passar por cima das empresas públicas e das muitas conquistas de seus trabalhadores e da sociedade brasileira como tratores. Mas não passarão, porque nossa mobilização não vai permitir”, afirma Rita, lembrando a todos da importância da próxima sexta, 10, quando serão realizados protestos contra o governo Temer por todo o Brasil. “Assim como fizemos no Rio de Janeiro, vamos nos unir a muitos brasileiros, intelectuais, artistas, representantes de movimentos, e gritar bem alto a esses golpistas: “Fora Temer!”.