Mobilização: trabalhadores vão parar se empresa seguir intransigente
Em assembleia ocorrida no último dia 4, no Rio de Janeiro, os funcionários da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (11). O movimento será deflagrado caso a direção da empresa mantenha a postura desrespeitosa e intransigente que impede o fechamento do acordo salarial.
O impasse na campanha salarial é decorrente da postura do presidente da Finep, Glauco Arbix, que se nega a cumprir os compromissos assumidos na mesa de negociação e que asseguravam reajuste diferenciado para os funcionários do nível médio (incorporação da Gratificação Especial Temporária, reajuste de 9%, mais adicional de 6%), o que garantia um piso salarial de R$ 2 mil, e que tem por objetivo reduzir a enorme disparidade salarial existente; a incorporação da GET para os técnicos do Plano de Cargos e Salários (PCS); e o auxílio-guarda/creche/educação de R$ 715.
Todas estas propostas foram apresentadas pelos negociadores da empresa e depois retiradas. Além disso, a Finep propõe uma PLR inferior à da categoria bancária, apesar do aumento do lucro.
Falta de palavra
Como se não bastasse, Arbix se nega a pagar o abono de fim de ano, tradicional na empresa, alegando que o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest) “não teria autorizado”.
Os funcionários reivindicam, ainda, avanços na isonomia entre novos e antigos, proporcionalidade no custeio do plano de saúde, já que, em 2011, ele foi reajustado em média em 70%.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Ronald Caravalhosa, não se pode aceitar que a Finep ou qualquer outra instituição financeira desrespeite o processo negocial, retirando da mesa de negociação o que já estava acordado e que foi proposto pela própria direção da empresa.
“A postura do senhor Glauco Arbix levou as negociações a um impasse e não deixou outra alternativa a não ser a greve”, frisou.
O Sindicato, a Contraf-CUT e a Associação dos Funcionários da Finep (Afin) ressaltam que a responsabilidade maior é do governo federal, que precisa agir para resolver o impasse e assegurar o respeito aos direitos dos funcionários da estatal.
