O projeto de lei estadual 3.104/2010, que proíbe o uso de aparelhos celulares em agências bancárias, aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na última terça-feira, dia 5, não vai impedir a chamada “saidinha de banco”. Esta é a avaliação do Sindicato dos Bancários do Rio e da Contraf-CUT sobre o assunto.
De autoria do deputado Domingos Brazão (PMDB), o projeto pretende proibir o uso de celulares, radiotransmissores, palm tops e similares no interior das agências e responsabiliza bancários e vigilantes caso a lei não seja cumprida. “Além de não evitar a visualização dos saques, o projeto erra ao obrigar bancários e vigilantes a fiscalizarem o seu cumprimento”, disse o diretor da Contraf-CUT Ademir Wiederkehr.
A “saidinha de banco” é um golpe comum utilizado por bandidos que acompanham os clientes desde o saque no caixa ou no auto-atendimento para assaltá-los, em seguida, na rua.
Luta pelo veto
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, considerou absurdo jogar sobre os trabalhadores a responsabilidade pelo cumprimento da lei. “É evidente que não vai dar certo. A lei não impede a ação dos assaltantes e não resolve o problema da segurança no setor. E é um absurdo querer lançar sobre os ombros dos trabalhadores a responsabilidade. São os banqueiros e diretores dos bancos que devem responder pelo não cumprimento da legislação”, afirma.
O sindicalista cobrou dos bancos mais investimentos em tecnologia para garantir a segurança das pessoas.
“O que o poder público precisa fazer é cobrar dos bancos mais investimentos em equipamentos de segurança. Todo mundo sabe que dinheiro para isso não falta. O problema é que os banqueiros só se preocupam com a segurança de seu patrimônio e não com a dos bancários e clientes”, completa.
O governador Sérgio Cabral tem 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. O Sindicato vai enviar uma carta cobrando o veto.