Bancários fazem manifestação no Itaú de Campo Limpo Paulista

O Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região realizou nesta quarta-feira (29) uma mobilização em frente à nova agência do Banco Itaú, em Campo Limpo Paulista, na área central da cidade. Para simbolizar o “Dia do Saco Cheio”, nome escolhido para a manifestação, a diretoria do Sindicato espalhou faixas e sacos decorativos em frente à agência e falou ao microfone para o público em geral, que recebeu informativos sobre os principais problemas enfrentados, como assédio moral institucional, altas taxas de juros, demissões, filas e metas abusivas nas vendas de produtos, que levam ao adoecimento dos bancários, entre outras questões.

O movimento foi um alerta para que o Banco modifique sua atuação junto a funcionários e clientes. O Sindicato informa que tem recebido várias denúncias. “Há uma intransigência do banco em continuar demitindo, precarizando ainda mais o atendimento, impondo metas e relações de trabalho extremamente vexatórias, que implicam em adoecimento constante na nossa categoria. Isso tem ocorrido principalmente no Banco Itaú, que prega nas propagandas ser um banco de excelência, mas na prática vemos que está exterminando com a categoria, forçando clientes a utilizarem canais alternativos, como autoatendimento e correspondentes bancários, ao invés de irem às agências. Por outro lado, cobram altas tarifas e altas taxas de juros”, esclareceu Douglas Yamagata, presidente do Sindicato.

O objetivo do movimento, segundo Letícia Mariano, diretora do Sindicato, foi buscar um diálogo com a instituição, para tratar de assuntos importantes para a categoria, como o assédio moral, que leva ao adoecimento da categoria. “Infelizmente, o assédio moral é comum no mundo do trabalho, principalmente dos bancos, onde a pressão pela entrega de resultados é muito grande”, lembrou a diretora. A escolha da agência para a mobilização se deve principalmente ao fato da recente demissão de uma funcionária em tratamento de saúde. A prática de demissões, até mesmo por justa causa, vem aumentando desde o ano passado. Segundo a diretoria do Sindicato, as demissões por justa causa funcionam como uma manobra para não impactar na imagem do banco, para que este continue sendo apontado como um dos melhores para se trabalhar no País. De acordo com o diretor Natalício Gomes da Silva, a funcionária recentemente demitida estava em processo de reabilitação interna do banco. “Ela adquiriu a doença no trabalho, uma deficiência física e por isso estamos reivindicando o cancelamento dessa demissão”, ressaltou.

Clientes também reclamam

As filas estão entre as maiores queixas. “O problema é a redução no número de funcionários. Eles fazem o que podem. O Banco só pensa no lucro, mas não pensa nos clientes. E continuamos precisando da instituição. Somos reféns do Banco, independentemente da agilidade no atendimento ou não”, relatou a professora Doracy Santana Freitas, de Campo Limpo Paulista.

As altas taxas de juros e das tarifas também estão entre as principais reclamações enfrentadas pelos clientes. “O banco se aproveita da necessidade do cliente e cobra taxas altíssimas para todos os tipos de produtos e serviços. Além disso, é comum enfrentarmos caixas eletrônicas quebrados ou fora de sistema. É preciso melhorar o acesso aos serviços, baixar as taxas e consequentemente os gastos dos clientes”, avaliou Victor Anderson Santos Rosa, proprietário de barbearia na cidade.

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