(Cuiabá) Por volta das 8h da manhã desta quinta-feira, três homens fortemente armados invadiram a Agência CPA, do banco Itaú, que fica numa das mais importantes e movimentadas avenidas de Cuiabá, capital de Mato Grosso – a Historiador Rubens de Mendonça, popularmente conhecida como Avenida do CPA, onde fica o Centro Político e Administrativo ligado ao Governo do Estado.
Eles abordaram os primeiros funcionários que chegaram para abrir a agência e os amarraram e trancaram num cômodo que fica nos fundos do banco. Da mesma forma, os bandidos agiram com os demais bancários que chegavam ao local de trabalho.
Os ladrões levaram cerca de R$ 10 mil, que estava no cofre, duas armas dos vigilantes e celulares. “A certeza da falta de segurança nas agências bancárias é tão nítida para os bandidos, que eles sequer cobriram seus rostos com capuz”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários no Estado de Mato Grosso, Arilson da Silva. Ele também conta que devido à agência ainda estar fechada, as câmeras de vídeo do circuito interno de imagens não registraram o assalto. “Também fomos informados que o circuito de vídeo só funciona se alguém o acionar. Isso é um absurdo. Atualmente, existe tecnologia habilitada para fazer isso de forma automática, ainda mais num banco recordista em lucros como o Itaú, diz”
Após o assalto, a quadrilha fugiu em um carro Celta. Segundo a Polícia Militar, rondas estão sendo feitas nesse momento em toda a região, mas até o momento nenhum dos criminosos foi capturado.
“Em menos de 24 horas, este é o segundo assalto a banco em Mato Grosso. Estamos nos tornando reféns do medo e da insegurança”, afirma Arilson.
Na quarta-feira, 24, por volta das 10h da manhã, 8 homens armados e encapuzados invadiram uma agência da Cooperativa de Crédito Sicredi, no município de Vera, a 486 quilômetros de Cuiabá. Na ação, quatro pessoas ficaram feridas na troca de tiros entre bandidos e policiais.
Até agora, apenas um suspeito foi preso.
Sindicato cobra responsabilidade
Indignados com a situação, os dirigentes do Seeb/MT estiveram na agência junto aos bancários desde o período da manhã. Porém, além da violência sofrida pelos trabalhadores que foram rendidos pelos bandidos durante o assalto, outro fato também chamou a atenção dos sindicalistas: o descompromisso do banco para com os funcionários.
Desde o fim da ação dos assaltantes, que ocorreu por volta das 11 horas, o Sindicato solicitou a presença de uma psicóloga na agência para falar com os funcionários, porém a mesma só foi chegou ao banco por volta das 15:30h. “Temos consciência que isso só aconteceu, mesmo sendo às três e meia da tarde, porque o Sindicato ficou na pressão. Sabemos que o Itaú tem uma ‘fama’ de só enviar psicólogos às agências assaltadas, depois de 10 dias ou mais”, desabafa o secretário de Formação Sindical do Seeb/MT e funcionário do Itaú, Natércio Brito.
Os sindicalistas também permaneceram na Agência CPA até por voltas das 16 horas, quando encerra o expediente bancário em Cuiabá. “Fizemos isso para garantir a não abertura do banco, pois sabemos que se não estivéssemos lá, o mesmo acabaria sendo aberto, mesmo com os funcionários transtornados como estavam”, diz o secretário de Formação.
Saldo geral: Traumas emocionais e lesões
Durante o assalto os bandidos agrediram dois funcionários do banco e um segurança. Dentre os funcionários agredidos estava uma bancária que se recuperava de uma cirurgia. Os três apresentaram lesões corporais.
Além deles, a esposa de um dos prestadores de serviço que aguardava o marido no carro também foi obrigada a entrar na agência.
Com extrema indignação, a diretoria do Sindicato protocolou junto à Gerência Operacional da agência, um requerimento solicitando a abertura de um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). “Sabemos o quanto um ato de violência como este pode provocar males irreversíveis numa pessoa, num trabalhador. Estamos indignados com tudo isso e mais ainda, com a indiferença do banco. Temos que mudar essa realidade, já que a segurança bancária, pública é um direito de cada um dos cidadãos”, finaliza a secretária de Saúde do Sindicato, Italina Facchini.
Fonte: Seeb MT