Lucas Marchesini
Valor Econômico
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) pretende expandir em 40% a concessão de novos créditos entre 2012 e 2014, segundo o presidente da instituição, Ary Joel Lanzarin. Além de contar com recursos próprios para atender o aumento da demanda projetada, a União pode capitalizar o BNB em R$ 4 bilhões por meio de emissão de títulos até o fim do próximo ano.
O BNB também negocia uma parceria com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para compartilhar a rede das instituições. A assinatura deve ser nos “próximos dias”, adiantou o presidente do BNB. Assim, serviços como saques, consulta a extratos e pagamentos serão oferecidos também nas 5.430 agências do BB e nas 2.567 agências da Caixa.
O BNB, 15º maior banco do país pelo critério de ativos, fechou 2012 com R$ 22,016 bilhões em novos créditos. A meta para o fim de 2014 é atingir os R$ 31 bilhões. A maior parte dessa expansão deve ocorrer no ano que vem, já que o objetivo para 2013 é chegar a R$ 23 bilhões.
Atualmente, a principal fonte de funding do BNB são os Fundos Constitucional do Nordeste (FNE) e de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O FNE serviu de base de financiamento de R$ 11,970 bilhões em 2012. Já o FDNE repassou R$ 2 bilhões. Ambos foram responsáveis por mais de 63% dos novos créditos em 2012.
Para 2014, apesar do aumento em valores absolutos, a participação dos dois fundos regionais no funding deve cair para 48%, já que a previsão orçamentária para o FDNE é de R$ 2,402 bilhões. Já o FNE, composto por parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda arrecadado pela União, deve levar ao banco outros R$ 12,5 bilhões. O aumento de quase R$ 1 bilhão nos recursos do FNE e do FDNE não é suficiente para manter a participação majoritária no funding dos novos créditos do BNB diante do plano de expansão da instituição.
Atualmente, o índice de Basileia do BNB é de 16,2%. “Ainda bastante confortável, havendo margem para contratação desses novos negócios”, disse Lanzarin. A carteira total do BNB fechou 2012 com R$ 36,305 bilhões.
De acordo com o presidente do BNB, a ideia é agilizar a aprovação dos novos créditos com ajuda de investimentos em tecnologia. Para grandes projetos de financiamento, o tempo entre o pedido e a liberação dos recursos deverá ser de até 90 dias. Médias empresas terão que esperar até 45 dias. Já os micro empreendimentos terão crédito liberado em 15 dias. “Hoje tem operação que demora até 10 meses para ser aprovada”, disse Lanzarin.
A maior agilidade na liberação de créditos pode contribuir com o plano de expansão da base de pequenas e médias empresas, das atuais 100 mil para 300 mil.
O banco tem planos para redução de custos e o foco está nas melhorias dos sistemas de tecnologia. “Vamos melhorar a eficiência operacional do banco, graças à nova tecnologia”, explicou Lanzarin.