CUT: 11 de fevereiro, Dia Nacional de Luta

Nossa mobilização quer pressionar o Serra a entrar no jogo e a negociar alternativas contra a crise, diz Tião, presidente da CUT-SP

CUT
Isaías Dalle

A CUT estadual São Paulo realiza nesta quarta-feira dia 11 de fevereiro, Dia Nacional de Luta pelo Emprego e pelo Salário, uma ampla panfletagem nas principais cidades do interior do Estado e, na capital, além de uma panfletagem em diferentes pontos da região central, um grande ato público na Praça do Patriarca, a partir das 10h. O material que será distribuído são exemplares do Jornal da CUT, cartazes e praguinhas da campanha “Querem Lucrar com a Crise. A Classe Trabalhadora não Vai Pagar Esta Conta”. O ato público na Praça vai incluir representações teatrais.

“Queremos fazer desta atividade uma forte denúncia contra as espertezas empresariais durante a crise”, anuncia Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião, novo presidente da CUT-SP. “Outro objetivo essencial de nosso Dia Nacional de Luta pelo Emprego e pelo Salário é pressionar o governador José Serra a entrar no jogo. Ele está se escondendo da crise, deixando outros atores a mexer as peças. Existe uma orquestração de um grupo de empresários e de governantes, com ajuda premeditada de alguns setores da mídia, que estão querendo se aproveitar da crise para construir uma agenda diferente para 2010, ano de eleições”, diz Tião.

Tião, 50 anos, é bancário do Santander e presidente da Fetec-SP (Federação dos Bancários da CUT). Era vice-presidente da CUT-SP e assumiu a presidência ao final de janeiro. Seu primeiro grande desafio será organizar o Dia Nacional de Luta pelo Emprego e pelo Salário.

“São Paulo é o maior estado da federação. O governo estadual não pode se esconder, fingir que a turbulência financeira internacional não exige ações firmes de todos. Repare só, ele mal aparece no noticiário”, avalia Tião. “Se o senhor Serra se negar a negociar com os trabalhadores e o setor produtivo alternativas para superação da crise, estará provado que ele não tem capacidade de gerenciar este país, como pretende”, diz o presidente da CUT-SP, em tom de provocação. “Uso a palavra ‘gerenciar’ só porque é um termo muito caro ao senhor Serra. No meu entendimento, a palavra correta é ‘governar'”.

Ainda sobre a crise, Tião diz acreditar que as consequências negativas são muito maiores lá fora, e que o Brasil pode superar o turbilhão com sucesso. “Esse potencial que temos hoje é fruto de opções políticas que abandonaram a agenda derrotada, a agenda das privatizações, do desmonte do estado, do enfraquecimento do mercado interno. Isso para nós está claro. Porém, apesar de todas essas evidências, aquilo que eu chamo de espertezas empresariais voltam a defender a agenda derrotada. Se nós estivéssemos naquela agenda, a essa altura seria um mar de lama”.

Na Presidência da CUT-SP até o final de maio, Tião tem também pela frente o desafio de construir as manifestações do próximo 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e de estar à frente do processo de transição para a próxima Direção Executiva, que ele diz pretender ser “o mais tranquilo e democrático possível”.

Tião mira da mesma maneira o próximo 1º de Maio, Dia do Trabalhador. “Vamos debater com todos os sindicatos da Grande São Paulo como vamos organizar o 1º de Maio. Esperamos que nosso Dia do Trabalhador seja diferente, mostrando que a conjuntura é mais de mobilização e luta do que de megashows”, prevê.

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