O mês de janeiro de 2010 já está na estatística do medo do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região como o mais violento dos últimos anos no Rio Grande do Sul. No período foram registrados 18 ataques contra bancos, atingindo agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos, situação que preocupa bancários, usuários, clientes e vigilantes. No mesmo período de 2009, foram quatro ocorrências.
A estatística de ataques, assaltos, tentativas e roubos, elaborada pelo SindBancários, com base em informações da categoria e da imprensa, revela que os números de janeiro têm mais um ponto negativo: ela supera todos os meses de 2009. O dado bate o mês de setembro de 2008, com 16 casos, e março de 2008, com 17. Só perde para março de 2007, com 20 ocorrências. Os meses de maior incidência de ataques em 2009 foram junho e setembro, com um total de 15.
Das 18 ocorrências de janeiro, 12 foram verificados em Porto Alegre e seis no interior. O caso que teve mais repercussão foi o ataque ao Citibank, no dia 18 de janeiro. Quatro integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, foram presos após perseguição e confronto com a Brigada Militar. Outros dois conseguiram fugir do cerco montado pelos PMs após o roubo da agência, localizada na avenida Carlos Gomes, no bairro Petrópolis. Três dos detidos encontravam-se foragidos. Todos eram paulistas e tinham antecedentes criminais por assaltos a bancos.
Responsabilidade
“Todos são responsáveis pela segurança. Os bancos, no que se refere aos itens de segurança previstos nas leis, para oferecerem melhores condições aos bancários, clientes e usuários. O Estado, na repressão e prevenção dos crescentes índices de violência. A Prefeitura, na fiscalização dos bancos no que se refere ao cumprimento da legislação”, avalia o diretor de Comunicação do SindBancários, Flavio Pastoriz.
“Estamos em um período de férias e a violência está em um nível altíssimo, por isso que todos, com destaque aos órgãos de segurança, devem redobrar a atenção para estancar esta crescente onda de ataques o mais depressa possível”, acrescenta o dirigente.
Blindagem
A blindagem das fachadas prevista pela Lei Municipal nº 10.397 é ignorada pelos bancos. Com lucros bilionários, as instituições financeiras utilizam como argumento os altos custos para sua implementação, mesmo que a blindagem represente um investimento na vida.
Outros equipamentos, como câmeras de segurança ligadas ao sistema de monitoramento da polícia que permitiriam uma resposta mais rápida e eficaz às ações dos assaltantes, também seguem ausentes em muitas unidades, aumentando o risco para trabalhadores e clientes.
Estatística do medo – Janeiro de 2010
1. Dia 10: Banrisul – Porto Alegre (agência Menino Deus) – furto
2. Dia 10: Santander – Porto Alegre (agência Menino Deus) – roubo
3. Dia 13: Banco do Brasil – Porto Alegre (agência Azenha) – roubo
4. Dia 13: Banrisul – Porto Alegre (agência Menino Deus) – roubo
5. Dia 13: Banco do Brasil – Palmares do Sul – assalto
6. Dia 14: Unibanco – Porto Alegre – (agência Praia de Belas) – arrombamento
7. Dia 17: Banrisul – Porto Alegre (agência Menino Deus) – arrombamento
8. Dia 18: Citibank – Porto Alegre (agência Carlos Gomes) – assalto
9. Dia 18: Sicredi – Hulha Negra – assalto
10. Dia 18: Sicredi – Porto Alegre (agência Leonardo Truda) – assalto
11. Dia 19: Banco Real – Porto Alegre (agência Ramiro Barcelos) – arrombamento
12. Dia 19: Banco Itaú – Canoas (agência Vila Santa Rosa) – arrombamento
13. Dia 23: Banrisul – Porto Alegre (agência Protásio Alves) – arrombamento
14. Dia 23: Itaú – Cachoeirinha – arrombamento caixa eletrônico
15. Dia 23: Banrisul – Banrisul (agência Niterói) – arrombamento
16. Dia 23: Itaú – São Leopoldo (agência Scharlau) – arrombamento
17. Dia 31: Real – Porto Alegre (agência Otto Niemeyer) – tentativa de arrombamento
18. Dia 31: Banrisul – Porto Alegre (agência Cavalhada) – tentativa de arrombamento