Tema será central na Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(São Paulo) – Os diversos aspectos que influenciam na vida dos funcionários do sistema financeiro foram tratados, nesta quinta-feira, no Encontro Nacional de Saúde, parte da programação da Conferência Nacional. Segundo o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Plínio Pavão, a saúde será um dos temas centrais da Campanha Nacional do Ramo Financeiro. “Lutamos pela a melhora dos salários e por cláusulas econômicas, mas sem esquecer que o principal ativo do bancário é sua saúde”, diz.
Para a melhora das condições de trabalho e saúde, durante o encontro foram discutidas as prioridades a serem votadas no plenário da Conferência e integrarem a pauta de reivindicações que será levada à Fenaban. São eles: o assédio moral, a isonomia de direitos dos afastados e dos ativos, a segurança bancária e um programa de prevenção e reabilitação de acidentes de trabalho.
Assédio moral
Durante os debates, um dos temas mais discutidos foi o assédio moral entre os bancários. A assessora de Saúde do Sindicato dos Bancários do Ceará, Dra. Regina Helena Maciel, apresentou pesquisa sobre o tema, a primeira do tipo no Brasil, realizada com 2.609 bancários de 25 estados, por iniciativa do Sindicato de Pernambuco, em parceria com a Contraf e com o Fundo para Igualdade de Gênero.
Um dos principais pontos verificados foi que 38,9% da categoria já passaram, pelo menos, por uma situação de constrangimento nos últimos seis meses, cerca de 8% foram vítimas diretas de assédio moral e 3,87% de assédio sexual.
A duração média dos atos de assédio é de cerca de 11 meses. Mais de 60% dos agressores são profissionais em posição hierárquica superior às vítimas. Como sintomas, 60,72% dos trabalhadores ficam nervosos, tensos e preocupados, 42,7% dormem mal e 31% apresentam estresse e cansaço.
Atentos ao problema que ultrapassa o setor bancário, há cerca de oito propostas de lei no Congresso para regulamentar punições para esse tipo de agressão dentro do ambiente de trabalho, segundo o diretor de Saúde do Sindicato da Bahia, José Barberino.
Fonte: Contraf-CUT.
