Como resultado da maior greve realizada pela categoria nos últimos 20 anos, a Fenaban apresentou nesta segunda-feira 11 uma nova proposta, que inclui reajuste de 16,33% nos pisos (aumento real de 11,54%), reajuste de 7,5% (aumento real de 3,08%) para quem ganha até R$ 5.250 (o que engloba 85% da categoria) e em todas as verbas salariais, incremento na PLR e inclusão na Convenção Coletiva, pela primeira vez, de mecanismos para combater o assédio moral no trabalho e a falta de segurança nas agências.
O Comando Nacional dos Bancários considera que a proposta, arrancada da Fenaban pela força da greve, é a maior conquista da categoria nas últimas duas décadas. E por isso recomenda a sua aprovação nas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos nesta quarta-feira 13 de outubro em todo o país.
Além das conquistas econômicas e sociais, a Campanha 2010 representa mais um passo importante na consolidação da estratégia de unidade nacional, que desde 2004 vem sendo construída pelos trabalhadores de bancos privados e públicos. Com sabedoria e organização, os bancários superaram as adversidades e conquistaram uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os bancos em todo o território nacional – é a única categoria profissional que conseguiu essa importante conquista.
Desde então, a categoria vem obtendo grandes avanços na Convenção Coletiva e nos acordos aditivos com os bancos públicos federais. Com grandes mobilizações nos últimos sete anos, os bancários dos bancos privados já conquistaram 26,3% de aumento real no piso e 12,3% de aumento real nos salários. Melhoram a PLR ano a ano e incorporaram outras conquistas, como o valor adicional da PLR, a cesta-alimentação e a 13ª cesta-alimentação, a ampliação da licença-maternidade para 180 dias etc..
A nova proposta da Fenaban
● Pisos – Escriturário: R$ 1.250,00 (após 90 dias), reajuste de 16,33% (aumento real de 11,54%). Caixa: R$ 1.709,05 (incluindo gratificação de caixa e outras verbas), reajuste de 13,82%, com aumento real de 9,15%.
● Reajuste de 7,5% (o que representa aumento real de 3,1%) para quem ganha até R$ 5.250.
● R$ 393,75 ou reajuste de 4,29% (inflação do período) para os salários superiores a R$ 5.250 – o que for mais vantajoso para os bancários. Apenas 5% dos comissionados, com salários mais altos, receberão apenas a reposição da inflação.
● PLR:
– Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.100,80, com teto de R$ 7.181.
– Parcela adicional : 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 2.400,00.
– Isso significa que na regra básica o reajuste é de 7,5% e na parcela adicional de 14,28%. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 15.798.
– Antecipação da PLR: 60% da regra básica mais 50% da parcela adicional até 10 dias corridos após a assinatura da Convenção Coletiva.
● Adicional tempo de serviço: R$ 17,83.
● Gratificação de compensador de cheques: R$ 101,56.
● Auxílio-refeição: R$ 18,15.
● Auxílio-cesta alimentação: R$ 311,08.
● 13ª cesta-alimentação: 311,08.
● Auxílio-creche/babá: Reajuste de 7,5%. A adequação à nova legislação sobre o ensino fundamental (6 anos de idade a partir de 2011) cria uma nova regra. Os valores que eram recebidos em seis anos e 11 meses serão recebidos em 5 anos e 11 meses. Já com a correção de 7,5%, o valor passará de R$ 207,95 para R$ 261,30 (aumento de 25,7%). Haverá uma regra de transição para quem já tem filhos acima de 5 anos e 11 meses.
● Auxílio-funeral: R$ 599,61.
● Ajuda deslocamento noturno: R$ 62,59.
● Indenização por morte/incapacidade decorrente de assalto: R$ 89.413,79.
● Requalificação profissional: R$ 893,63.
● Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, que inclui definição de mecanismos de combate ao assédio moral, a serem implementados mediante adesão voluntária dos sindicatos e dos bancos por meio de acordo aditivo.
● Compensação dos dias parados no prazo entre a data da assinatura da Convenção Coletiva e 15 de dezembro de 2010, nos mesmos moldes do ano passado.
● Segurança bancária:
– No caso de assalto, atendimento médico ou psicológico logo após o ocorrido.
– O banco registrará BO em caso de assalto, tentativa e sequestro.
– Possibilidade de realocação para outra agência ao bancário vítima de sequestro.
– Apresentação semestral de estatísticas nacionais sobre assaltos e ataques na Comissão Bipartite de Segurança Bancária.