Financial Times
Nikki Tait, de Luxemburgo
Os ministros das Finanças da União Europeia prometeram perseverar nos planos de aumentar a cobrança de impostos dos bancos, apesar da discordância sobre o que fazer com os recursos e da decisão dos países mais ricos do mundo de desistirem dos planos de criação de um imposto global.
“A União Europeia precisa se precaver depois disso”, disse ontem Elena Salgado, ministra das Finanças da Espanha, após presidir a reunião dos ministros da UE em Luxemburgo.
Michel Barnier, comissário de mercado interno da UE, afirmou que não está abandonando a ideia de usar o dinheiro que seria captado com um imposto sobre o setor bancário, para estabelecer uma rede europeia de recursos domésticos que poderiam ser usados para resolver problemas financeiros de bancos individuais no futuro. “Vamos insistir nesse assunto”, disse o comissário da UE.
O Reino Unido se opôs à ideia. Jörg Asmussen, vice-ministro das Finanças da Alemanha, disse: “Vamos tentar chegar a um consenso global, mas, se isso não for possível, somos de opinião de que devemos seguir em frente na Europa”.
Os ministros das Finanças também concordaram em ceder poderes intervencionistas duros para os funcionários da União Europeia no caso de suspeita de falhas nas estatísticas econômicas dos países membros, e sinalizaram que a Bulgária poderá ser um foco de atenção.
Os poderes permitirão à Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, enviar estatísticos de Bruxelas para examinar os dados dos países se isso for considerado necessário.
Isso acontecerá, por exemplo, onde um país mudar de repente seus números sem uma explicação clara.
Antes, os ministros das Finanças acertaram que os países poderão enfrentar penalidades mais rapidamente se não adequarem seus orçamentos nacionais às metas e eles poderão ter de apresentar diretrizes orçamentárias mais cedo para a Comissão Europeia.