Reestruturação do BB gera superlotação nas agências, atendimento precário e revolta da população

Um verdadeiro caos. É assim que está sendo classificada a rotina dentro das agências do Banco do Brasil em Rondônia, principalmente na capital, em que se vê, diariamente, superlotação, um atendimento totalmente precário e um clima de revolta dos clientes e usuários que chegam a passar até três horas esperando para ser atendidos.

E de acordo com as informações e denúncias passadas ao Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO), essa situação de penúria e desespero nas agências se deve ao mero capricho da direção do banco, que quer priorizar o atendimento aos chamados 'grandes' clientes e realocou inúmeros funcionários de cada uma das agências para o prédio da avenida Farqhuar, onde funcionam as novas unidades do banco e a própria Superintendência em Rondônia.

Só para se ter um exemplo, na última sexta-feira 3/2, a agência Centro – a maior do Estado – que antes tinha 52 funcionários, estava atendendo ao público com apenas sete funcionários, enquanto que a agência da avenida Nações Unidas fazia o atendimento com apenas três funcionários. O resultado disso? Superlotação, demora no atendimento e a revolta dos clientes e usuários, que não se conformam em ter que esperar horas por atendimento, muitas vezes apenas para trocar um cheque.

"Esse novo formato de atendimento que está sendo implantado pelo banco no Estado favorece somente aos clientes de alta renda, quem tem mais poder aquisitivo e é isso que interessa ao banco: o lucro, o dinheiro a qualquer custo. Enquanto isso o cliente, o usuário e a população em geral ficam totalmente desprezados, abandonados pelo maior banco público do país e que, recentemente, divulgou lucro de R$ 11,1 bilhões em 2017, valor quase 55% maior em relação ao ano anterior. Ou seja, quanto mais lucra, mais o BB continua indo na direção contrária do seu papel social, que é se aproximar da população e lhe oferecer um atendimento ágil e de qualidade, o que não acontece nem de longe", avalia José Pinheiro, presidente do Sindicato.

O dirigente diz ainda que essa situação será levada a conhecimento do Ministério Público do Trabalho (MPT), que deve apurar de perto essa iniciativa do BB que, além de ampliar o caos no atendimento ao povo, promove a sobrecarga de trabalho para os funcionários que ficam nessas agências superlotadas e que acabam recebendo toda a revolta dos clientes e usuários.

"E sabemos que esse tipo de pressão no ambiente de trabalho apenas contribui para o adoecimento do trabalhador, que terá que se redobrar para atender uma demanda diária ainda mais extenuante e ainda ter que ouvir as reclamações e até ataques da população em geral, revoltada com esse completo descaso, e em todas agências da capital os funcionários chegam a sofrer agressões verbais, como se a culpa pelo péssimo atendimento fosse deles, e não do banco, como vem acontecendo, por exemplo, na avenida Nações Unidas. E não vamos admitir nenhuma situação que possa colocar em risco a saúde e a integridade física e moral do trabalhador", conclui Pinheiro.

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