(São Paulo) A Contraf-CUT e a Caixa Econômica Federal se reuniram nesta quarta-feira, dia 21, para mais uma rodada da mesa de negociações permanentes. Os bancários e o banco debateram uma série de assuntos de interesse dos empregados, como o GRC (Gestão de Relacionamento com o Cliente), o Saúde Caixa e as aposentadorias.
A Caixa apresentou aos representantes dos bancários como funcionará o GRC, programa implantado no dia 8 de janeiro e que tem gerado muita angustia para os empregados que temem haver cortes de função.
O banco negou qualquer tipo de corte e informou que o GRC já resultou na criação de 97 cargos gerenciais e 715 cargos técnicos. “A Caixa reconheceu que há um número muito grande de clientes por carteira em todos os segmentos. Mas justificou que tem uma limitação para criar mais cargos, imposta pelo próprio governo”, contou Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.
A Contraf-CUT reclamou que já houve muito remanejamento de gerentes, mas a Caixa garantiu que as mudanças não foram resultado do GRC. Segundo o banco, este remanejamento foi feito pelas próprias superintendências regionais, sem nenhuma orientação da matriz.
“O GRC deverá ser avaliado num prazo de seis meses e só depois haverá remanejamento de cargos, segundo a Caixa. Mas o banco garantiu que isto não vai implicar em perda de cargo dentro de uma mesma superintendência regional. Dissemos para a diretoria que queremos participar deste processo e a Caixa assumiu o compromisso de apresentar a avaliação aos representantes dos empregados assim que ela estiver pronta para que a gente possa acompanhar melhor esta implantação”, explicou Plínio.
Uma das principais preocupações apontada pelos representantes dos bancários é que o foco do GRC é no banco comercial, o que pode prejudicar as agências com perfil acentuadamente social. “Temos reclamações sobre vários gerentes estão impedindo os clientes do banco social de entrarem nas agências. A Caixa disse que isto não é uma orientação do programa, ao contrário: o entendimento do GCR é de que todos os usuários da Caixa são clientes e que não há motivos para discriminação. Ressaltamos que esta é uma discussão antiga do movimento sindical, que há mais de vinte anos sempre cobrou da Caixa o seu papel de banco público e o entendimento de que os clientes da Caixa são os cidadãos em geral”, explicou Plínio.
Mapeamento
A Contraf-CUT também apresentou para a Caixa uma série de reclamações dos empregados sobre o processo de mapeamento das competências, previsto pelo normativo RH 071 e que serviu de base para as promoções nas carreiras técnicas. A Caixa disse que os empregados foram informado por diversos mecanismos, mas admite falha na comunicação. Segundo o banco, o mapeamento foi encerrado em janeiro e não tem como mudar nada no processo. Mas sinalizou que aceita discutir os critérios para o próximo mapeamento.
Saúde Caixa
Os bancários reiteraram a preocupação com a retomada do processamento de dados do Saúde Caixa, que vai implicar na cobrança das eventuais participações que ficaram interrompidas neste período em que o sistema não funcionou.
O banco informou que o processamento será retomado em abril e que neste primeiro momento só será feita a cobrança ordinária do mês anterior. As eventuais dívidas passadas, segundo a Caixa, só começarão a ser cobradas no final do ano, quando a empresa processar todos os dados atrasados.
“Reiteramos que o processo de cobrança seja negociado com o movimento sindical e a Caixa disse que não vai efetuar desconto algum sem antes conversar com a Contraf-CUT”, disse Plínio.
Aposentadorias
Diante da definição do Supremo Tribunal Federal de que a aposentadoria por tempo de contribuição não implica na rescisão do contrato, a Contraf-CUT questionou como a Caixa pretende viabilizar esta decisão.
Segundo dados passados pela própria Caixa, cerca de cem pessoas já se aposentaram e continuam trabalhando no banco na expectativa de alguma compensação para se afastar do serviço e outros seiscentos empregados estão em vias de se aposentar nos próximos meses.
“A Caixa disse que entende a importância do tema, mas adiantou que no momento não tem nenhuma proposta que atenda a esta expectativa. Vamos continuar cobrando, porque a questão é importante para os empregados”, comentou Plínio.
Dia de Luta
A Contraf-CUT comunicou ao banco que na semana que vem os empregados da Caixa vão promover um Dia Nacional de Luta por respeito à Jornada de Trabalho, isonomia para todos os empregados e pela contratação de pessoal, no dia 27 terça-feira.
“Os bancários da Caixa devem participar em peso das atividades propostas pelos sindicatos. Precisamos pressionar para garantir soluções urgentes e avanços”, finalizou Plínio.
Fonte: Contraf-CUT