Diretores do Sindicato e funcionários do Santander paralisam desde o início da manhã de hoje (20) as agências do banco em Alagoas. A paralisação, de 24 horas, é em protesto contra a implantação da reforma trabalhista na empresa, que está se dando sem negociação com os trabalhadores e suas entidades representativas, além de ignorar o Acordo Coletivo de Trabalho.
O Santander é a primeira instituição financeira a adotar mudanças nas relações de trabalho com base na Lei 13.467 (Reforma Trabalhista), que entrou em vigor em 11 de novembro. Além de não dialogar e negociar, o banco está retirando direitos.
"Isto é um absurdo. Não bastasse os prejuízos já causados aos trabalhadores pela famigerada reforma, o Santander ainda quer interpretá-la e implantá-la da sua maneira, sem considerar os limites legais, ignorando direitos e a representação dos funcionários", disse Márcio dos Anjos, presidente do Sindicato. Segundo ele, as mudanças pretendidas pelo banco não podem ser inconstitucionais e têm de ser negociadas com a entidade.
Entre as medidas em curso no Santander está o Banco de Horas Semestral, que o funcionário tem de aceitar assinando um acordo individual. O banco exige que cada um entre em seu sistema e manifeste concordância.
Outra medida anunciada pelo Santander é o fracionamento das férias. Mas o banco também planeja outras que afetarão a remuneração dos trabalhadores. A diretoria pretende ainda mudar a data de pagamento dos salários e o pagamento do 13º salário, entre outras coisas.
A paralisação dos funcionários nesta quarta-feira é nacional e vem sendo acompanhada de manifestações. Em Alagoas, foram paralisadas as sete agências do banco, inclusive a do interior, localizada em Arapiraca. Diretores do Sindicato também distribuem um folheto com os funcionários e a população, denunciando a postura autoritária e desrespeitosa da instituição financeira.
O movimento conta com o apoio dos clientes e usuários, além dos vigilantes, que participam de alguns piquetes.