Contrariando orientações de funcionários da Nossa Caixa, do Sindicato dos bancários de Jundiaí e Região (Seeb Jundiaí) e da própria população, que sugeriram a abertura de uma agência do banco na cidade de Caieiras, grande São Paulo, para aliviar a agência de Franco da Rocha, a diretoria da Nossa Caixa simplesmente resolveu abrir uma agência em Francisco Morato, uma cidade dormitório, cuja maioria da população trabalha em São Paulo e retorna as residências apenas para dormir.
Para abrigar a agência foi alugado um prédio com 1.200 metros quadrados, numa rua sem saída à beira de um córrego fedorento. Para tocar os trabalhos na nova agência, foram remanejados nove funcionários de outras localidades.
De acordo com o funcionário do banco e diretor do Sindicato dos bancários de Jundiaí, Álvaro Pires da Silva, “até aí não há nenhum problema, desde que não façamos cálculos. Mas como bancários temos a obrigação de fazê-lo: cada funcionário tem à sua disposição uma área de 133 metros quadrados, o que equivale ao tamanho de um apartamento de classe média com dois dormitórios! Entretanto, todo este espaço se torna inútil, pois as baterias de caixa, com seis guichês, funcionam na grande maioria do mês com apenas um único caixa, devido ao programa de gestão caixa”, comenta o dirigente sindical.
Mas o pior mesmo é o valor que o banco paga de R$ 25.000,00 por mês pelo aluguel do prédio. “Se dividirmos este montante pelos nove funcionários, teremos R$ 2.777,00 para cada um rentabilizar somente para pagar o aluguel. Se somarmos os demais custos, chegaremos facilmente à conclusão que o investimento é temerário”, acrescenta Álvaro.
Infelizmente, como sempre, quem paga o pato são os trabalhadores que são cobrados sobre a produção a cada meia hora, além de darem a cara para apanhar dos clientes, que se vêem enxotados da agência por falta de caixas para atendê-los.
De acordo com Álvaro, “a diretoria criou um elefante branco em uma cidade cuja população é extremamente carente e agora desce o chicote nos funcionários na busca insana de reverter um prejuízo que já era previsto por todos, menos por quem autorizou o investimento. Onde esses senhores adquiriram seus diplomas?!”, finaliza o diretor do Sindicato de Jundiaí.