Manifestação cobra remuneração justa e fim das demissões
Os bancários paralisaram nesta quarta-feira (10) a agência do HSBC, em Campina Grande, no interior da Paraíba, indignados com o descaso da direção do banco inglês com os trabalhadores.
A atividade foi uma resposta da categoria contra o alto provisionamento para devedores duvidosos no balanço do primeiro semestre deste ano, um truque contábil que reduz o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos bancários.
O protesto ocorreu na véspera desta quinta-feira (11), quando o HSBC credita a antecipação da PLR. No entanto, com o alto provisionamento feito pelo banco, o valor a ser pago ficará aquém do que esperavam os bancários.
Além disso, neste ano o banco não pagará a PPR e a justificativa é a queda dos lucros. Essa informação está sendo passada pelos gestores durante reuniões com os trabalhadores.
A abertura da agência foi retardada até o meio-dia e os diretores do Sindicato dos Bancários de Campina Grande distribuíram panfletos aos funcionários e aos clientes do HSBC, denunciando a exploração do banco inglês na cobrança dos maiores juros e tarifas bancárias do mundo e pagamento de uma das menores PLRs do sistema financeiro nacional.
Isso ocorre porque a empresa elevou em 63,4% as previsões para crédito de liquidação duvidosa atingindo o montante de R% 1,8 bilhão. O valor equivale a três vezes o lucro obtido no primeiro semestre, que foi de R$ 602,5 milhões.
“Com a manobra no provisionamento, o HSBC vai diminuir o valor pago aos empregados da PLR e do PPR/PSV. Os bancários pedem remuneração justa, com PLR condizente aos lucros reais do banco, e garantia de emprego, com o fim das demissões”, destaca Esdras Luciano, secretário-geral do Sindicato e funcionário do HSBC.
Apesar de o Brasil ser o quarto mercado mais relevante do banco, atrás de Hong Kong, Reino Unido e China, o HSBC não valoriza seus funcionários brasileiros, obrigando os trabalhadores a protestar e a cobrar respeito e reconhecimento dos seus direitos.