Serra mente e anuncia a venda da Nossa Caixa ao BB

São Paulo – Imediatamente após o anúncio de abertura do processo de venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil, o Sindicato entrou em ação na defesa dos direitos dos bancários. Já foram feitos contatos com a direção do BB e com o governo federal exigindo manutenção dos empregos e direitos, transparência e negociação durante a transição (veja no quadro abaixo as reivindicações).

“Não admitimos demissões e queremos a manutenção de todos os direitos dos bancários”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Se houver qualquer afronta aos empregos e aos direitos desses trabalhadores paralisaremos as agências”, completa Marcolino.

O Sindicato também quer a garantia da direção do BB e do governo federal de que não haverá fechamento de agências e de que a Nossa Caixa permanecerá exercendo seu papel fundamental de banco público fomentador da economia paulista que vinha sendo aviltado pelos últimos governantes do estado.

“Os cidadãos paulistas devem se mobilizar na proteção do seu último banco”, diz Raquel Kacelnikas, funcionária da Nossa Caixa e diretora do Sindicato. “Temos amplo conhecimento na área de contas jurídicas e atuamos com força no segmento imobiliário. Temos as contas de mais de um milhão de funcionários públicos, o que evidencia o potencial desse setor que pode ser mais bem desenvolvido. Só não faz esse banco crescer quem não tem competência”, diz Raquel, com o conhecimento de quem atua na Nossa Caixa há 31 anos.

Serra mentiu – Raquel ressalta que todo o movimento sindical ligado à Central Única dos Trabalhadores alertou a sociedade e promoveu uma série de ações, desde 2001, contra o risco que o último banco público estadual de São Paulo corria nas mãos do governo do PSDB.

Após a tentativa de venda das sete subsidiárias criadas na Nossa Caixa – tentativa mal disfarçada de privatização barrada pelos bancários na Justiça -, o PSDB recorreu ao enfraquecimento do banco, talvez para justificar sua venda. As correções de depósitos judiciais e de poupança de clientes a título de ressarcimento de confiscos decretados por planos econômicos registraram um impacto grande nos lucros. Depois disso, os R$ 2 bilhões retirados pelo governador José Serra para a manutenção da folha de pagamento dos funcionários públicos de São Paulo foram o golpe fatal, já que a amortização do valor foi estabelecida em um prazo pequeno.

“Lamentavelmente acertamos ao dizer que Serra mentiu em sua campanha, quando dizia aos eleitores que queria fortalecer a Nossa Caixa. Fez o contrário, enfraqueceu”, destaca a dirigente.

Sem demissões nem retirada de direitos

Não tem conversa. O Sindicato não vai admitir qualquer ataque sobre os empregos ou direitos dos trabalhadores. E reivindica:
– Transição negociada
– Transparência nas negociações
– Manutenção dos empregos
– Respeito aos direitos dos bancários
– Manutenção da previdência e da assistência médica
– Integração do PCS da Nossa Caixa ao do Banco do Brasil
– Não fechamento de agências

Caso essas reivindicações não sejam atendidas, haverá greve na Nossa Caixa. O Sindicato fará reuniões nos locais de trabalho, plenárias, assembléias para organizar os bancários. Os trabalhadores devem participar de todas as atividades. O caminho para resistir a qualquer investida contra os empregos e os direitos é a organização. Serão utilizados todos os meios, inclusive judiciais, para preservar os direitos e os empregos dos funcionários da Nossa Caixa e do BB.

Com informações de Cláudia Motta – 21/05/2008

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