Os bancários do HSBC realizaram nesta sexta-feira, 30, véspera do feriadão de finados, dia de luto em todo país contra a manipulação na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), que reduziu drasticamente o valor pago aos trabalhadores. Em várias cidades, foi feito o enterro simbólico do banco e ou de seu presidente no Brasil, Conrado Engel.
Aconteceram manifestações em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Piracicaba ABC paulista e Santos, entre outros locais. Além das atividades, os dirigentes sindicais distribuíram carta-aberta à população explicando os motivos da manifestação (veja aqui).
Esses protestos reforçam as paralisações de dezenas de agências ocorridas na quarta-feira, dia 28, em todo país. Além da melhoria na PLR, os bancários exigem a valorização dos funcionários, mais contratações e redução dos juros e tarifas.
“Os trabalhadores participaram das manifestações e mostraram sua indignação com a falta de respeito que o banco inglês demonstrou ao manipular a PLR dos bancários”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do HSBC. “De nada adiantou a pressão feita pela empresa”, acrescenta.
Nesta quinta-feira, o HSBC resolveu pressionar os seus funcionários para que não aderissem ao dia nacional de luto com o uso de roupas pretas. O banco fez nessa quinta-feira 29 teleconferência e soltou mensagens, mandando os superintendentes e gerentes intimidarem os trabalhadores para vestirem roupas com as cores da bandeira ou do seu time de futebol, além de enfeitar as agências com balões verdes e amarelos. Muitos bancários entraram noite adentro para encher os balões.
Entenda o golpe do HSBC
O HSBC divulgou recentemente balanço apontando lucro de R$ 2,1 bilhões no primeiro semestre. Entretanto, em uma manobra contábil, reduziu desse volume R$ 1,9 bilhão, montante que estaria provisionado para despesas que possam vir a ocorrer. Assim, o lucro líquido caiu para R$ 249,761 milhões.
Chama a atenção que acionistas e executivos do HSBC estão recebendo seus dividendos de acordo com os R$ 2,1 bilhões, enquanto que a PLR dos bancários tem como base o menor lucro divulgado pelo banco.