BB mant‚m intransigˆncia na Cƒmara dos Deputados

(São Paulo) O Banco do Brasil não abriu mão da sua postura intransigente e negou a possibilidade de qualquer negociação com os funcionários sobre o pacote de reestruturação. Durante a Audiência Pública para debater o problema –  promovida pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados – a Contraf-CUT e os representantes dos bancários endureceram e cobraram do BB o cumprimento do seu papel de banco público.

 

“Nós apresentamos número que mostram que, em 2006, o BB ampliou em 118% o crédito consignado, que tem juros altíssimos e é um dos principais responsáveis pelo endividamento do trabalhador. Enquanto isto, o banco aumentou em apenas 17% as operações de Pronaf, que geram emprego e produção de alimentos mais baratos, além de manter o trabalhador no campo. Mostramos que o BB mantém um spread na casa de 30%, tão alto quanto os bancos privados. O spread das operações de agro negócio, por exemplo, cresceram 14% no último ano, enquanto a taxa selic caiu 25%. Este não é o banco público que o Brasil precisa”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

 

Durante a audiência na Câmara dos Deputados, o Banco do Brasil manteve o seu pacote de reestruturação que prevê, entre outras medidas, a extinção de postos de trabalho. Pior: a direção do BB nega qualquer possibilidade de negociar com os funcionários.

 

“Nós mostramos que o pacote vai piorar o atendimento nas agências, mas os representantes do banco alegaram que as medidas vão manter o BB na liderança do mercado. Este é o único objetivo da direção do banco, um objetivo cego, que vai prejudicar não só os bancários, mas os clientes também”, disse Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

 

A Contraf-CUT cobrou da diretoria do banco um debate sobre o papel do BB. ”Propusemos aos deputados a convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que ele detalhe qual é o papel que a União espera dos bancos públicos federais, especialmente do BB. Propusemos também a criação de um seminário que debata o papel dos bancos estatais, envolvendo vários atores da sociedade”, explicou Milton Rezende, vice-presidente da Contraf-CUT.

 

Os principais pontos da sessão

Os bancários reclamaram, entre outros pontos, da extinção de 4.284 caixas e 602 postos de trabalho nas agências de todo o País. O diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil, Glauco Cavalcante Lima, afirmou que o objetivo do plano é "buscar eficiência operacional".  O representante do BB também afirmou que o banco vai utilizar a terceirização como “ferramenta de administração”.


Marcel disse na Audiência que as medidas vão prejudicar especialmente os clientes de baixa renda. "Os clientes abaixo de R$ 2 mil não são mais bem-vindos ao Banco do Brasil", destacou. O sindicalista disse também que a mudança vai fraudar o direito dos trabalhadores. Para ele, enquanto os caixas-executivos trabalham seis horas por dia, o assistente de negócios trabalhará oito. "É uma fraude à jornada de trabalho. Com essa gestão temerária, o banco está criando um passivo trabalhista".

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), um dos parlamentares que solicitaram a Audiência, criticou a extinção dos 4.284 caixas. "Hoje já é muito difícil pagar qualquer conta no Banco do Brasil. Como o banco vai cumprir a legislação que limita o prazo de atendimento nas filas com o corte no número de caixas?", indagou. O deputado lembrou que o BB tem sido citado, com outros bancos, como um campeão de filas.

Além de Zimmermann, também convocaram a Audiência Pública os deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA), Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Pepe Vargas (PT-RS).

 

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Agência Câmara

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