Paralisação forte pressiona bancos por nova proposta que atenda categoria
Faça chuva ou faça sol, os bancários seguem firmes e fortes na greve. O movimento entra em seu quarto dia nesta sexta-feira (9) e nada de proposta da federação dos bancos com reajuste digno para a categoria.
Em São Paulo, agências bancárias de instituições públicas e privadas de diversas regiões estão fechadas e somente o autoatendimento funciona para a população. A mobilização nesta sexta envolve ainda diversos centros administrativos. No Itaú, a greve atinge o CTO, CAT, Raposo, ITM, Orbital na Teodoro Sampaio, GPSA na Vila Mariana, prédios das ruas Fábia e Jundiaí. No Bradesco, o Prime na Paulista continua parado, assim como o Telebanco Santa Cecília, a Nova Central, e o Núcleo Alphaville. A greve também abrange os Casas 1 e 3 do Santander, assim como o Vila, na zona norte. A Verbo Divino e a Compe do Banco do Brasil também estão paradas, além da Superintendência Regional Ipiranga da Caixa Federal.
“A greve tem crescido desde o primeiro dia, isso é importante. Mas, mais do que crescer, ela tem dado recado para os bancos chegando a áreas estratégicas, ou seja, crescido com inteligência. Vamos até agências e centros comerciais, mas também a centros administrativos que têm negócios, TI, áreas importantes para as instituições que se recusam a negociar”, ressalta a vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
Na quinta-feira foram 815 agências paralisadas em São Paulo, Osasco e região. A elas somam-se 12 centros administrativos, totalizando 827 locais e 35 mil trabalhadores, 21% mais que o terceiro dia de greve do ano passado.
Proposta indecente
A greve não é só contra os 5,5% de reajuste apresentado pela Fenaban – que não cobre nem a inflação – e o abono de R$ 2,5 mil que para os bancários é “uma enganação”, mas também é contra o assédio moral vivido diariamente nos locais de trabalho, o constrangimento e a pressão por conta das metas abusivas. A greve é por mais programas de bolsas de estudo, por aumento nos vales alimentação e refeição, PLR maior, pela manutenção dos empregos e mais contratações. Motivos não faltam para os trabalhadores que ainda não aderiram ao movimento entrarem em greve para garantir o sucesso da Campanha Nacional Unificada 2015.
Exploração, não!
O tema da Campanha 2015 deixa claro o recado dos bancários: Exploração não tem perdão! E quem cansou da exploração do setor que mais lucra no país adere à greve.
“Enquanto outros setores estão passando dificuldades com redução de produção e vendas e mesmo assim negociam com seus empregados, os banqueiros, que lucram bilhões, oferecem metade da inflação, uma perda de 4,15% para o salário do trabalhador. Um desrespeito. Trabalhador colabora e presta serviço de qualidade para quem o valoriza e retribui o trabalho que ele presta. Mas, para quem é desleal, ele simplesmente diz: exploração não tem perdão!”, ressalta o presidente da Contraf, Roberto Von der Osten.
Vem pra luta
E é preciso muita gente para fortalecer ainda mais o movimento. A base territorial do Sindicato engloba São Paulo, Osasco e mais 15 municípios da região. São cerca de 3 mil locais de trabalho entre agências e concentrações de bancos públicos e privados. Ou seja, para que a luta seja vitoriosa é fundamental que cada trabalhador faça sua parte paralisando sua unidade e auxiliando os dirigentes sindicais a ampliar cada vez mais o número de adesões.
“Os bancários estão de parabéns por estarem participando e dando muito apoio à greve. Só assim vamos mudar essa proposta. O que eu digo para os bancários é que continuem firmes na mobilização. O Brasil inteiro está dando o recado e a greve cresce cada vez com mais locais parados. Os bancários de São Paulo vão continuar contribuindo até que os bancos façam uma nova proposta”, conclui Juvandia.