Movimento sindical perde Joaquim Borges, ex-presidente do Sindicato de Londrina

O movimento sindical perdeu nesta terça-feira 9 o companheiro Joaquim Borges Pinto, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e diretor regional da Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp (Afubesp). Vítima de câncer no pâncreas, morreu aos 52 anos, deixando esposa e quatro filhos. O corpo está sendo velado no Cemitério Parque das Oliveiras e o sepultamento ocorre nesta quarta-feira, às 9h00.

Funcionário concursado do Banespa, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina no período de 1985 a 1991 e um dos idealizadores do GEB (Grupo de Estudos Bancários), que fez oposição e derrubou nas urnas a diretoria da entidade nomeada durante a Ditadura Militar, Joaquim também foi fundador da Central Única dos Trabalhadores no Paraná, tendo sido o primeiro a presidir a CUT Regional Norte. Foi também um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores em Londrina e da Associação dos Funcionários Aposentados do Banespa de Londrina.

Era formado em Psicologia pelo antigo Cesulon (Centro de Estudos Superiores de Londrina) e liderou o movimento estudantil na época contra o aumento das mensalidades e demais dificuldades enfrentadas pelos alunos na instituição particular de ensino.

Desde 1996 era Diretor Regional do Paraná da Afubesp, liderando o movimento de resistência à privatização do Banespa no Paraná. Também ajudou a organizar a campanha em defesa do Banestado, privatizado em 2000. Atualmente Joaquim Borges Pinto pertencia à Diretoria Adjunta do Sindicato dos Bancários de Londrina.

Ainda durante a ditadura militar, Joaquim foi um dos dirigentes sindicais bancários que iniciaram o movimento de unificação da categoria, sendo um dos fundadores, em 1985, do Departamento Nacional dos Bancários, que antecedeu a CNB-CUT e depois a Contraf-CUT.

“Joaquim deixa escrito seu nome na história do movimento sindical, não só de Londrina, mas do Paraná e do Brasil, como um homem dedicado às lutas dos trabalhadores e em prol da democratização do País. Nesta trajetória, enfrentou a Ditadura, o poderio econômico e político dos bancos e não se intimidou com a repressão policial, apesar de ter sido preso diversas vezes. Com sua sabedoria, comandou greves memoráveis na década de 80, mobilizando milhares de bancários de Londrina e Região, que resultaram em muitos dos direitos que a categoria tem hoje”, recorda João Antonio da Silva Neto, diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina.

“Joaquim foi uma liderança destacada na trajetória de lutas e de conquistas da categoria bancária, que estará para sempre na nossa memória”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

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