Deputados da Alemanha e Itália aprovam ajuda financeira para a Grécia

Os deputados alemães aprovaram nesta sexta-feira, dia 7, a impopular lei que autoriza uma ajuda à Grecia de 22,4 bilhões de euros ao longo de três anos, apesar de uma eleição crucial no domingo para a coalizão da chanceler Angela Merkel e uma opinião pública hostil.

A Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) aprovou a lei com uma confortável maioria de 390 deputados a favor, dos 601 presentes. Setenta e dois deputados votaram contra a medida e 139 optaram pela abstenção.

O governo argumento que era necessário defender o euro e a Europa.

“Para os alemães, com suas experiências particulares do século XX, a estabilidade da moeda não é um tema menor”, disse o ministro das Finanças, Wolfgang Schauble.

Segundo uma pesquisa recente, 56% dos alemães são contrários ao plano elaborado pela Eurozona e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para resgatar a Grécia, que chega a 110 bilhões de euros.

O governo de Merkel tentou evitar a questão até o último momento, levando em consideração a crucial eleição de domingo no estado regional de maior população da Alemanha, Renania do Norte-Westfalia.

A coalizão conservadora-liberal de Merkel pode perder a maioria na Bundesrat (Câmara Alta do Parlamento) em caso de derrota no domingo, o que a obrigaria a negociar com a oposição.

As tergiversações da chanceler, que durante várias semanas pensou que as declarações de intenções seriam suficientes para acalmar os mercados, irritaram os parceiros europeus da Alemanha.

Na Grécia, Merkel é considerada a responsável pelo agravamento da situação pela recusa com um comprometimento rápido com o plano de resgate.

Itália também aprovam contribuições para a Grécia

O governo italiano aprovou nesta sexta-feira um decreto de lei que contempla 14,8 bilhões de euros (US$ 18,83 bilhões) em empréstimos à Grécia, dentro da ajuda prometida pelos membros da zona do euro e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Segundo uma nota da chefia de governo da Itália, o dinheiro é a contribuição que o país fará no programa trienal. Para isso, recorrerá à emissão de títulos de Estado de médio e longo prazo.

A linha de ajudas à Grécia revisa ligeiramente para cima a contribuição de 14,735 bilhões de euros aos empréstimos da zona do euro que corresponderia à Itália, em virtude de sua posição de terceiro maior subscritor de capital do BCE (Banco Central Europeu).

Deficit da Grécia

Os gregos precisarão enfrentar drásticos cortes nos próximos três anos, segundo o plano de austeridade divulgado nesta semana, que prevê uma economia de 30 bilhões de euros (cerca de R$ 80 bilhões).

O deficit orçamentário do país está em cerca de 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto) e precisa passar para 8,1% neste ano, caindo para 2,6% em 2014. A redução dos gastos públicos prejudicará o crescimento do país, que terá contração de 4% do PIB em 2010, o dobro do previsto. A economia voltaria a crescer em 2012, com 1,1% de alta.

O plano prevê o congelamento dos salários dos funcionários públicos por pelo menos três anos. Os aposentados gregos perderão também o 13º e o 14º salários se suas pensões superarem 2.500 euros mensais.

Foi estabelecida uma idade mínima de aposentadoria (60 anos) e um novo cálculo para as pensões relacionado com toda a vida de trabalho e não com os últimos anos, como era até agora.

Além disso, o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) será aumentado em dois pontos para 23%, depois de em março já ter subido outros dois. Serão elevados em dez pontos percentuais os impostos sobre tabaco, álcool e combustíveis.

Ainda está prevista a criação de um imposto especial para as empresas com grandes lucros e o estabelecimento de novas medidas impositivas a companhias relacionadas a produtos de luxo e à propriedade imobiliária.

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