A CUT, como uma das protagonistas da luta pela redução da jornada, organiza para 18 de maio, o Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações. Neste data, trabalhadores/as de todas as regiões do Brasil vão atrasar a entrada de turnos, paralisar parcial ou integralmente as empresas e fazer mobilizações de rua.
A atividade representa a retomada da pressão da Central sobre a Câmara dos Deputados para que o tema da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução de salário seja recolocado na pauta de votação no Congresso Nacional.
“Temos que aumentar a pressão sobre os parlamentares, organizar manifestações e greves em todos os estados, para conseguir tirar da gaveta esse importante projeto social”, conclama o secretário de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney.
Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, o Brasil ainda é considerado um dos países com maior índice de desigualdade social. Em 2008, segundo a escala Gini, que calcula a desigualdade de distribuição de renda, o Brasil apresentava índices de 0,544, numa proporção que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do zero, menor é a diferença de renda num país e, quanto mais próximo de 1, maior a concentração de renda.
Esta desigualdade se dá principalmente pela má distribuição de renda, fruto das contradições impostas pelo sistema capitalista. A redução da jornada de trabalho e a valorização das horas extras são proposições que, se inseridas no Brasil, serão essenciais para reduzir esta disparidade.
Conforme estudo do Dieese, a redução da jornada tem potencial para gerar mais de 2 milhões de novos postos de trabalho. “Mas além de novos empregos, os avanços sociais serão fundamentais para a libertação da exploração social e, para garantir também, que a população discriminada, entre negros, mulheres, deficientes e LGBT, tenham mais oportunidades,” explica Solaney.
Ele lembra que com a redução da carga horária os trabalhadores poderão usufruir de mais tempo com a família, para o estudo e qualificação, para cultura e para mais o que lhe for conveniente e necessário. “O trabalho deve ser uma forma de produzir riquezas, para que as pessoas possam viver melhor, e não fonte de posse e opressão.”