Bancários dialogaram com a população durante a mobilização em Curitiba
Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) iniciaram nesta segunda-feira (17) a mobilização da Campanha Nacional dos Bancários 2015. Os bancários se reuniram na frente do HSBC Palácio Avenida, no Centro da capital, e saíram em passeata pela região, passando na frente da Caixa da Carlos Gomes; do Bradesco, Safra e Santander, os três na Rua Marechal Deodoro; do Itaú da Rua Monsenhor Celso; e encerraram o giro no Banco do Brasil da Praça Tiradentes.
O tema da campanha deste ano é “Exploração não tem perdão”. Com isso, os trabalhadores declararam “guerra” contra as constantes demissões nos bancos, a sobrecarga de trabalho, as metas abusivas, a falta de segurança nas agências, e contra o assédio moral, que reflete diretamente na saúde mental dos bancários. A categoria pede ainda um reajuste salarial de 16%, aumento nos vales refeição e alimentação, piso de R$ 3.299,66, entre outros. O ato também chamou a atenção da população para a luta, informando-os sobre as altas taxas e juros que pagam, em troca de um atendimento precário.
Segundo o secretário-geral da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt, a escolha em se concentrar em frente ao HSBC não foi por um acaso. “Começamos a campanha a partir do HSBC porque este banco está fugindo do país após explorar ao máximo o seu trabalhador e nos deve uma explicação. Agora, com a venda para o Bradesco, tememos que a situação piore ainda mais. Vamos para luta para impedir que isto venha a acontecer novamente”.
O secretário-geral da CUT, Marcio Kieller, fez um alerta para que a categoria mantenha-se mobilizada, pois ele acredita que a campanha salarial não será fácil. “Os banqueiros nos tratam com desdém. Ignoram a nossa luta. Mas, se eles quiserem continuar a agir assim, nós iremos para greve. Será importante alertar a população caso isto ocorra, pois eles irão fazer de tudo para fazer com que a opinião pública não nos apoie nesta luta”.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Elias Jordão, afirma que os banqueiros abusaram dos bancários e que essa situação já atingiu o seu limite. “Banqueiros não são ‘bonzinhos’ e eles já nos exploram há anos. Temos que alertar a sociedade sobre os desmandos vindos por parte deles. Tivemos um exemplo de uma colega que passou mal dentro do banco, mas foi impedida de receber atendimento médico enquanto não concluísse o trabalho. Não vamos mais tolerar esses desmandos”, desabafa.
Jordão comenta ainda que o processo de negociação está no início, mas, não acredita que o diálogo será fácil. “Precisamos não apenas de uma remuneração digna, mas também de boas condições de trabalho. Vamos negociar, mas, caso haja intransigência por parte deles, vamos para luta e para a greve”, salienta.