Agora banespianos aguardam julgamento do recurso sobre o serviço passado
Mais uma vez o Santander demonstrou seu descaso com os participantes e assistidos do Plano II do Banesprev. Terminou sem acordo a reunião realizada na Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), em Brasília, na manhã desta segunda-feira, dia 6, realizada com o intuito de apresentar os estudos feitos no Plano II no sentido de evitar o aparecimento de novos déficits.
Para a presidente da Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundo de Pensão), Claudia Ricaldoni, que participou da audiência, ao apresentar uma proposta de plano CD (Contribuição Definida), que não contempla renda vitalícia, o Santander deixou claro que “trata a questão com uma visão financeira e não previdenciária, como deveria ser”.
O banco propôs a criação de um grupo de trabalho para discutir o assunto. O problema é que ele costuma usar os GTs como instrumento para enrolar trabalhadores e órgãos de fiscalização. E essa não seria a primeira vez. Ele já fez isso com a reforma estatutária do Banesprev no que diz respeito à sétima vaga do Conselho Deliberativo – que está pendente há anos – e mais recentemente faz com o que debate SantanderPrevi.
Durante a reunião, o presidente do Banesprev, Jarbas de Biagi, e a representante do banco no Conselho Deliberativo do Fundo, Maria Cristina Carvalho, disseram estar solucionado o déficit no Plano II e que os participantes têm pago o rateio de forma tranquila e sem problemas.
“Não é isso que temos escutado dos colegas que entram em contato conosco relatando estarem com a corda no pescoço por causa dessa contribuição extraordinária. Muitos estão com grande dificuldade de continuar a pagar”, disse em resposta, o presidente da Afubesp e conselheiro deliberativo eleito, Paulo Salvador.
O que vem por aí
A diretoria de Fiscalização da Previc informou que o recurso e os adendos da denúncia protocolada pela Afubesp, pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e demais entidades sindicais sobre o serviço passado do Plano II será instruído e remetido à diretoria plena da autarquia para ser julgado.
Dessa forma, o próximo passo é aguardar a decisão final da Previc para posteriormente serem tomadas as providências cabíveis.
Os documentos levantados pelas entidades comprovam a existência do serviço passado com a criação do Plano I do Banesprev, em 1987. “A pergunta que fica é onde foi parar o serviço passado, visto que o Plano II nasceu da migração do primeiro?”, indaga Walter Oliveira, secretário-geral da Afubesp e integrante do Comitê Gestor do Plano II.
Também presente na reunião, a diretora da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani, enfatiza: “independente da decisão da Previc, não abriremos mão dos nossos direitos. Lutaremos até o fim, inclusive, na Justiça”.