(Florianópolis) A direção da Federação dos Bancários da CUT de SC (Fetec-SC) vem acompanhando desde o início, a divulgação das notícias sobre uma possível incorporação do Besc pelo Banco do Brasil. As atenções dos dirigentes sindicais têm se voltado para o assunto, desde o momento que saiu a primeira nota, ainda na semana passada.
“Ao longo dos anos temos visto que nem todas as informações veiculadas pela imprensa envolvendo BESC têm se confirmado na prática. A direção da entidade tem se inteirado de todos os fatos para tirar uma posição. Importante ressaltar que foi positivos que o Besc tenha voltado à pauta dos atores e dos agentes políticos que atuam no cenário estadual e nacional. Destacar também que a proposta que aponta uma simples incorporação é o melhor caminho e a solução definitiva para quem defende o fortalecimento do banco precisa ser mais bem avaliada. O sentimento majoritário que permanece neste momento é de que o banco deve se manter como uma instituição pública, pois os exemplos de privatização que temos visto na história recente do país demonstraram que este processo não alcançou o objetivo tão propagandeado”, disse Jacir Zimmer, da Fetec SC.
Mesmo com este sentimento, o dirigente diz que os bancários não poderiam deixar de expressar a preocupação com a atitude precipitada do Governador do Estado Luiz Henrique da Silveira em mais este episódio. “O mercado financeiro é um segmento altamente especulativo, e quando uma autoridade pública dá declarações desta magnitude, sem o cuidado necessário que a função requer não contribui na busca de soluções. Ainda mais considerando que o Governador, mesmo tendo sido eleito e reeleito com o compromisso de fortalecer o Besc público, na pratica tem jogado contra esta alternativa, como no exemplo da retirada da conta única, rasgando o discurso feito na campanha eleitoral de 2002 e 2006”, explicou Jacir.
Neste momento, diz, é necessário que a sociedade catarinense, o movimento sindical e os empregados do Besc, atuem firmemente no sentido de contribuir com o debate para encontrar uma alternativa que venha preservar o banco, buscando inclusive um novo modelo de gestão, para que o BESC volte a operar em sua plenitude.
Como empresa federalizada e no PND, o Besc hoje está impedido legalmente de atuar em áreas importantes, com linhas de crédito viabilizadas através de recursos públicos e do BNDES, com reflexos no crédito agrícola, crédito habitacional, financiamentos de médio e longo prazo, câmbio, leasing dentre outros. Por estar incluído no PND o Besc atua dentro dos limites de uma gestão conservadora, com financiamentos de curtíssimo prazo, o que leva a empresa a não obter uma maior lucratividade e a não atender as demandas econômicas dos catarinenses, para o qual foi criado.
“O que a Direção da FETEC e os sindicatos de bancários vem defendendo em conjunto com os empregados, com o movimento sindical e a sociedade catarinense, é que o Besc volte a cumprir integralmente a sua vocação, que é a de investir no desenvolvimento de Santa Catarina. Somos contra a incorporação nos moldes clássicos, pois poderia trazer como conseqüência a redução da estrutura do banco, com impacto no número de agências e também no número de empregados, como também o desaparecimento da marca Besc”, afirmou Jacir.
“Continuamos na luta para que possamos chegar ao modelo ideal para o Banco dos Catarinenses, mantendo as bases de uma empresa pública. É importante ainda, que possamos evoluir num formato estrutural que garanta a manutenção de sua saúde financeira, que hoje se apresenta satisfatória, muito diferente da realidade apresentada no início de 2003. E é com esse viés e nessa linha que queremos discutir o destino do Besc. A Direção da FETEC/CUT-SC quer contar não somente com os empregados do Besc, mas também com clientes e os demais setores da sociedade que há muitos anos vêm defendendo e acreditando no Besc como banco público. Fazemos também um chamamento a todos que como o movimento sindical, defendem o Besc como patrimônio dos catarinenses, a contribuir nesse debate, no mais curto espaço de tempo, para que o banco seja retirado do PND e volte a operar no sistema financeiro”, comepletou.
Fonte: Fetec SC