Protesto denuncia morte de PM em transporte ilegal de valores no Bradesco

O cabo da Polícia Militar, Idasildo Prazeres, que estava fazendo “bico” para o Bradesco, foi morto na última sexta-feira, dia 3, durante transporte ilegal de valores da agência de Abatetetuba para o PAB de Muaná, na Ilha do Marajó, no interior do Pará. O PM estava levando o dinheiro junto com um bancário e um vigilante, quando foram interceptados por dois bandidos que também balearam o segurança.

Na terça-feira, dia 7, a conduta do Bradesco que insiste em utilizar bancários e descumprir a legislação sobre transporte de valores foi o mote de um protesto do Sindicato dos Bancários do Pará na porta de uma agência do banco, em Belém.

O problema também já foi pauta de duas reuniões da entidade com a diretoria regional de Belém do Bradesco. “Cerca de dois meses se passaram e nenhum retorno foi dado à categoria, pelo contrário, o transporte irregular de valores continua e por pouco um bancário do Bradesco não perdeu a própria vida em Abatetetuba”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

A última reunião da entidade com a direção do banco ocorreu em abril, na qual o diretor regional do Bradesco, Delvair de Lima, se comprometeu a conversar com o departamento de segurança da instituição para fazer um estudo de como esse transporte poderia ser realizado por uma empresa especializada, para em seguida dar um retorno às entidades.

Há quatro anos, o diretor do Sindicato e também funcionário do Bradesco, Saulo Araújo, também saía do mesmo município com destino a Anajás, na ilha do Marajó, para fazer mais um transporte de valores do banco. “Eu e um piloto estávamos em um monomotor que minutos antes de pousar acabou caindo. Felizmente o pior não aconteceu. Mas infelizmente eu não fui a única vítima do descaso do banco com seu próprio trabalhador”, lembra.

A lei federal nº 7.102/83, em seus artigos 3º, 4º e 5º, estabelece que o transporte de valores deve ser feito por uma empresa especializada contratada. Porém, na prática não é o que acontece.

“Os bancos, principalmente os privados, preferem colocar em risco a vida dos seus funcionários e vigilantes do que pagar uma empresa para realizar esse tipo de serviço”, denuncia a diretora do Sindicato e também funcionária do Bradesco, Heládia Carvalho.

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