Disputa apertada entre candidatos deve levar Chile a segundo turno

A definição sobre a sucessão da presidente do Chile, Michelle Bachelet, só deverá ocorrer no segundo turno das eleições em 17 de janeiro. A pequena diferença percentual entre os três principais candidatos que disputam o cargo indica que há riscos de surpresas até a apuração final dos votos. O presidente eleito assume em março o mandato. Atualmente Bachelet detém 80% de popularidade, mas pode não fazer seu candidato vitorioso.

No próximo domingo (13), cerca de 9 milhões de eleitores irão às urnas nas nove regiões do Chile. O sistema eleitoral chileno permite que o resultado das eleições seja conhecido na noite do próprio domingo depois da conclusão das votações – as zonas eleitorais são fechadas às 16h e abertas às 7h.

Pesquisa publicada hoje (9) no jornal El Mercurio, um dos maiores em circulação no Chile, mostra que o ex-presidente e candidato Eduardo Frei Ruiz, da Coligação Concertación (de Bachelet), está empatado tecnicamente, em segundo lugar, com o candidato independente Marco Enriquez-Ominami Gumucio.

Sondagens anteriores mostram ainda que, também com uma margem pequena de diferença, lidera as intenções de voto o empresário Miguel Sebastián Piñera, da Coligação Alianza (centro-direita) – que perdeu as últimas eleições para Bachelet.

Para o embaixador do Chile no Brasil, Álvaro Díaz, o segundo turno em seu país tem características de novas eleições. Segundo ele, isso ocorre porque haverá uma polarização de forças – os partidos que apoiam os nomes de esquerda (no caso Frei e Ominami) se unem, assim como os que são favoráveis ao de centro-direita também se coligam.

“O sistema eleitoral no Chile é muito organizado. A identificação dos partidos é muito clara: os que apoiam o centro-direita, por exemplo, não se envergonham. A polarização marcará o segundo turno das eleições sem dúvida alguma”, disse o diplomata.

A ditadura no Chile, que durou 17 anos, é tema constante de discussões. Um dos mais temidos ditadores da América Latina, Augusto Pinochet – morto em 2003 por complicações de saúde – governou o país de 1973 a 1990.

O general comandou o golpe militar que derrubou o governo do presidente socialista, Salvador Allende, um dos que obteve índices mais elevados de popularidade no Chile. Pinochet foi acusado de uma série de crimes, como o desaparecimento de mais de 3 mil pessoas durante a ditadura.

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