Em mais uma medida autoritária e antidemocrática, a direção do Banpará requereu e obteve na Justiça do Trabalho liminar de interdito proibitório em função da greve dos seus funcionários.
A assessoria jurídica do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá já está se movimentando no sentido de reverter essa decisão, provando que o nosso movimento é pacífico e puramente reivindicatório e não pretende se apossar da propriedade do Banpará.
É necessário esclarecer, de imediato, que a referida liminar não impede o exercício do direito de greve. De acordo com a decisão da Juíza da 11ª Vara do Trabalho de Belém, a liminar determina:
“… que o réu se abstenha de obstruir o livre funcionamento e acesso dos funcionários, clientes e usuários das agências e dependências administrativas do BANPARÁ e se abstenha de realizar manifestações não pacíficas, inclusive com o uso de equipamentos de som e assemelhados no interior das mesmas, extensiva a todas as agências e prédios administrativos lotados em toda sua base territorial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00.”
Ora, a greve no Banpará é de adesão espontânea e massiva de seus funcionários. Não há e nem haverá por parte do Sindicato a necessidade de impedir a entrada de funcionários nas agências, porque estes estão convencidos de que somente a greve poderá tirar o Banco da posição de intransigência que vem assumindo perante a categoria.
Portanto, o Sindicato orienta que o movimento deve seguir com a forma pacífica, ordeira e sem aceitar provocações de quem quer seja.
O objetivo é negociar nossa pauta específica de reivindicações. Não é possível aceitar como limite de nossas conquistas as propostas da Fenaban. São anos de congelamento do PCS, foram 20% dos salários dos funcionários apropriados pela empresa e que precisam ser devolvidos, entre tantas outras questões a serem resolvidas somente em mesa específica.
O Sindicato defende a continuidade da greve, que não é somente dos funcionários do Banpará, mas de todos os bancários do Brasil, por melhores salários, condições de trabalho dignas, por avanços na participação nos lucros e resultados, mais contratações de bancários, garantia no emprego para todos e aumento no piso salarial.
Infelizmente, o Banco opta por uma postura intransigente, um verdadeiro retrocesso ao diálogo travado nas últimas duas campanhas salariais (2007 e 2008) e, sem dúvida, ao se negar a receber e negociar com os representantes sindicais, o banco desrespeita todo o seu funcionalismo, que constrói diariamente os resultados tão festejados recentemente.
Finalmente, o Sindicato lamenta profundamente que a direção do Banpará se utilize de um instrumento inadequado para as relações trabalhistas, como é o interdito proibitório, sabendo que a saída para o impasse é a negociação.