(São Paulo) A 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro foi pautada pela necessidade de união dos trabalhadores dos mais diversos matizes de pensamento, reunidos em entidades sindicais pelo Brasil afora. Numa demonstração de lucidez e sobriedade, esses mesmos trabalhadores se comprometeram a construir a unidade no campo da negociação coletiva, fazendo uma frente ampla de resistência às investidas da banca nacional e internacional.
Debateram exaustivamente, mas duas questões foram preponderantes para a sua efetividade: a tolerância e o respeito. Por essa razão o chamamento, inclusive, a outras centrais sindicais, como a UGT, por exemplo, e a todos os demais campos de pensamento que constituem legitimamente as direções das mais diversas entidades sindicais do país.
A unidade dos trabalhadores frente ao patronato e ao capital não significa submissão de uma entidade a outra, ou de uma linha de pensamento a outra, mas traçar objetivos estratégicos comuns para serem efetivados no campo de batalha por uma classe, diante dos embates a serem feitos contra os donos dos meios de produção e inimigo de classe. Independentemente das divergências, prevaleceram os legítimos interesses dos bancários e das bancárias por melhores condições de trabalho e de vida.
A democracia pressupõe aceitar as deliberações da maioria sem deixar de respeitar as minorias, imaginar que a minoria se sobrepõe à maioria é negá-la de forma inequívoca.
Tentar impor a decisão de um grupo aos milhares de trabalhadores que debateram, construíram propostas e tomaram decisões não é ato democrático. Foi o debate entre os mais diferentes entendimentos que construiu a estratégia de mesa articulada e a pauta que estão sendo levadas a cabo nesta campanha salarial.
O processo é dialético e não pode ser visto sob a égide dualista, como se o mundo se resumisse à luz como um antídoto às trevas. Os que se imaginam senhores da verdade dão uma demonstração inequívoca de autoritarismo e de desprezo à democracia, que existe para preservar os direitos da minoria e para muito além disso, fazer valer a vontade da maioria.
A CONTRAF e o Comando Nacional há muito fizeram a opção pela democracia e pelo respeito às decisões dos trabalhadores. Essa construção não é e nunca será fácil. Entrega, responsabilidade, transparência e respeito são condições sem as quais ela é impossível.
É possível, mesmo com pensamentos diferentes, construir a unidade em defesa da classe trabalhadora, com tolerância, lucidez, sobriedade e, sobretudo respeito.
Por todas essas razões, conclamamos os companheiros e companheiras de todos os grupamentos políticos a se juntarem ao Comando Nacional para lutarmos em torno da pauta que traduz o resultado da 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ocorrida de 27 a 31 de julho de 2007 em São Paulo, buscando a vitória da classe trabalhadora e, em particular, da categoria bancária, contra os verdadeiros inimigos, que são os banqueiros.