Os bancários também estarão na 6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, nesta quarta-feira, 11, a partir das 9h, em Brasília, organizada pelas centrais sindicais. A pauta unificada das centrais para a mobilização cobra a redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução de salários, reforma agrária, com revisão dos índices de produtividade, além de discutir o marco regulatório para a exploração do petróleo do pré-sal, entre outros pontos.
A concentração para a marcha será no Estádio Mane Garrincha. Após a marcha, os bancários participarão também de ato contra o uso dos interditos proibitórios, em frente ao Superior Tribunal Federal (STF).
“A marcha faz parte de uma jornada de lutas que pretende trazer para a classe trabalhadora debate sobre temas fundamentais para o seu dia a dia, como a redução da jornada de trabalho, que permite ao trabalhador se apropriar de parte do ganho pelo aumento de produtividade sem redução dos salários. Isso por si só pode gerar milhões de empregos, garantir melhor qualidade de vida e permitir uma melhor distribuição de renda”, avalia Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT. “Também é importante o debate sobre a forma de exploração do conteúdo do pré-sal, para que toda a nação possa se beneficiar das riquezas e naõ apenas um pequeno grupo de exploradores”, acrescenta.
O presidente da CUT, Artur Henrique, disse em entrevista coletiva concedida nesta terça, que já estão confirmadas audiências com o presidente da Câmara, Michel Temer, para as 13h30 de amanhã. Com José Sarney, a audiência está marcada para as 15h30. “Temos convicção que vamos ter audiência com Lula, mas estamos apenas esperando confirmar a hora”, afirmou (veja mais aqui).
Pelo direito de greve
Os trabalhadores realizarão também uma manifestação contra o uso do interdito proibitório. O ato será às 13h, em frente ao STF, e contará com a participação dos bancários, que esperam entregar aos ministros do Supremo um documento sobre o tema.
O interdito proibitório é um recurso jurídico usado originalmente para garantir a posse de propriedades. As empresas, especialmente os bancos, deturparam a função do instrumento e, aproveitando-se de brechas na lei, conseguem fazer uso de força policial nas agências e concentrações durante manifestações, greves e paralisações dos trabalhadores, apesar de esses serem direitos garantidos pela Constituição Federal.
Os interditos prevêem multas que podem chegar a R$ 1 milhão. Alguns proíbem a aproximação do Sindicato num raio de 200 metros dos locais de trabalho e outros prevêem até a apreensão de objetos e pessoas que estejam em frente aos bancos, admitindo para isso o uso de força policial.
Eixos da 6ª Marcha Marcha da Classe Trabalhadora
Brasília, 11 de novembro, 9h. Concentração no Estádio Mané Garrincha
– Redução da jornada de trabalho sem redução de salário
– Votação do PL 01/07 que efetiva a valorização do salário mínimo
– Novo marco regulatório para o pré-sal, que prevê a garantia do controle estatal e social do petróleo e seus derivados em todo o território nacional e que reafirma nossa soberania
– Ratificação das Convenções 151 (sobre a garantia de negociação coletiva no serviço público) e 158 (que coíbe a demissão imotivada) da OIT
– Aprovação do PL 1621/07
– Proposta da CUT encaminhada à Câmara pelo deputado Vicentinho (PT-SP), sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho
– Mudanças amplas e imediatas para todas as aposentadorias, incluindo aumento real para os benefícios acima do salário mínimo e regras que garantam inclusão e assegurem que mais e mais brasileiros se aposentem por tempo de contribuição, com 100% dos benefícios