Bancários de Catanduva se unem aos trabalhadores de todo o país, nesta quinta-feira (22), em luta contra a Reforma da Previdência e a retirada de direitos.
A reforma da Previdência, se possível ainda este ano, já foi anunciada como prioridade pelo governo eleito, que assume em 1º de janeiro. O ultraliberal futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a privatização do sistema, a exemplo do que ocorreu no Chile, onde 90% dos aposentados recebem, no máximo, apenas dois terços do valor do salário mínimo naquele país, e a taxa de suicídio entre a população com mais de 70 anos é a mais alta de toda a América Latina.
Para fazer frente a mais essa ameaça, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Intersindical, CSP-Conlutas, UGT, CGTB, CSB, Nova Central, Força Sindical e CTB estabeleceram um calendário de luta. Nesta quinta ocorre o Dia Nacional de Mobilização, com panfletagens, assembleias nos locais de trabalho e diálogo com a população.
O sindicato estará presente na atividade realizada pela subsede da CUT, em São José do Rio Preto, onde será realizada panfletagem no Terminal Urbano do município. A ação visa conscientizar a sociedade sobre os riscos do desmonte pretendido pelo novo governo e convocar a classe trabalhadora a fortalecer a luta em defesa da previdência social.
“É hora de nos levantarmos e mostrarmos nossa resistência contra toda e qualquer retirada de direitos. Nossa mobilização será fundamental para barrar esse ataque e garantir uma aposentadoria digna a todos os trabalhadores”, conclama Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato e coordenador da Subsede da CUT-SJRP.
Isenções superam suposto “déficit”
Segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), as isenções de impostos para empresas alcançaram R$ 354,7 bilhões. Esse montante corresponde a 30% de toda receita líquida do governo no ano e supera os alegados “déficits” da Previdência Social e do regime de aposentadorias dos servidores federais, que somaram R$ 268,8 bilhões em 2017.
Não bastasse beneficiar banqueiros com o aumento da venda dos planos de Previdência Privada, os bancos também foram grandes favorecidos por Temer em 2017 com o perdão de dívidas bilionárias. Em abril, o Itaú teve perdoada uma dívida de R$ 25 bilhões em Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em julho, o Santander se livrou de pagar R$ 388 milhões também em imposto de renda e CSLL.
A operação para perdoar a dívida do Bradesco foi ainda mais escusa. O governo, por meio da Ativos, empresa controlada pelo Banco do Brasil, usou uma instituição pública, para comprar a dívida de R$ 4 bilhões em carteiras de crédito vencidas do banco privado.