Banco é peça-chave na luta contra mudanças climáticas, aponta COP-15

Os bancos não estão contribuindo o quanto poderiam no combate às mudanças climáticas. A informação consta de relatório divulgado na quinta dia 10 em Copenhague, durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-15). A COP-15 reúne representantes de todo o mundo que até o dia 18 de dezembro discutem na Dinamarca um novo acordo para redução das emissões de gases de efeito estufa.

O relatório A Challenging Climate 2.0; What Banks Must do to Combat Climate Change, assinado pela rede internacional BankTrack, mostra que grande parte da responsabilidade pelo sucesso das políticas de proteção ao clima depende da forma como os bancos vão alocar seus investimentos agora e no futuro.

“Bancos comerciais estão numa posição única: podem intensificar o uso de energia baseada na queima de combustíveis fósseis ou catalisar os esforços necessários em eficiência e tecnologia para atingir uma sociedade de baixo carbono”, diz o documento.

“Não falta aspiração e discurso da parte dos bancos sobre mudanças climáticas; o que está faltando é agir sem se esquivar das decisões difíceis. Por exemplo, abandonar o financiamento da extração de combustíveis fósseis e focar em fontes renováveis de energia”, diz Johan Frijns, coordenador da BankTrack, que no Brasil é representada pelo Programa Eco-Finanças da ONG Amigos da Terra.

Quatro passos

Além de mostrar a necessária mudança de rumo, o relatório aponta quatro passos que devem ser seguidos para que os bancos façam sua parte: o primeiro é não financiar mais atividades que contribuam para as mudanças climáticas, como termelétricas, extração de carvão, petróleo e gás, além de práticas ineficientes na agricultura, florestas e transporte. O segundo é condicionar a cessão dos financiamentos à responsabilidade do credor com a minimização da emissão de gases.

O terceiro ponto é financiar o desenvolvimento e uso de tecnologia verde e processos produtivos amigáveis ao clima e o quarto define que os bancos não devem financiar as chamadas “falsas soluções” como o mercado de carbono, energia nuclear, hidroeletricidade em larga escala e captura e estocagem de carbono.

Além disso, os bancos só devem aprovar projetos de biocombustíveis que tenham emissão no mínimo 80% menor que o equivalente dos combustíveis fósseis. De acordo com o BankTrack, essas “falsas soluções” não só contribuem pouco para a redução de emissões e atrasam o desenvolvimento de tecnologias limpas, como podem causar impactos em populações tradicionais nos países do hemisfério sul.

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