(São Paulo) A luta do Sindicato de São Paulo para acabar com o assédio moral, utilizado por maus gestores contra os bancários, será ampliada a partir do dia 19 de junho, segunda-feira quando, a partir das 19h, será lançado um material gráfico produzido especialmente para orientar e informar os trabalhadores sobre como se defender e impor respeito aos seus direitos.
Na ocasião haverá uma conferência com o tema “Assédio Moral e Adoecimento Mental nos Bancários”, com a presença de especialistas no assunto. A partir daí, uma série de atividades irão denunciar publicamente que a categoria bancária está entre as que mais sofre abusos morais nos locais de trabalho e que, por conta dessa violência, também cresce suas graves conseqüências à saúde das pessoas.
Categoria adoece
Consulta feita pelo Sindicato, de janeiro a fevereiro passados, mostrou, por exemplo, que entre os bancários que responderam ao questionário, 55% vivem tensos ou preocupados, 38% dormem mal, 36% sofrem constantes dores de cabeça, 31% sentem tristeza freqüentemente, 25% têm dificuldade de elaborar pensamentos claros, 10% têm falta de apetite, 9% se consideram “inúteis” e 3% têm idéias suicidas.
“São transtornos mentais que podem levar a quadros graves e o pior, vêm aumentando em escala dentro da categoria bancária. São resultantes principalmente da forma como se cobra o cumprimento de metas de produção cada vez maiores, mas há várias razões para provocar um comportamento moralmente agressivo por parte dos gestores”, avalia o diretor de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Walcir Previtale Bruno.
Com a campanha, o Sindicato vai mostrar que o assédio moral não se limita às relações desgastantes entre chefes mal preparados e funcionários pressionados. A violência psicológica contra trabalhadores é parte da organização das empresas, como forma de garantir produtividade e as conseqüências à saúde mental e física dos funcionários deveriam ser tratadas como acidentes de trabalho.
Fonte: Fábio Michel – Seeb SP