O governo federal adiou pela segunda vez reunião com sindicatos e centrais para discutir a isenção do Imposto de Renda (IR) na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que estava marcada para quarta-feira 16. Não houve também indicação de nova data para o encontro com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). A notícia foi recebida com muita insatisfação pelos trabalhadores.
“A primeira reunião estava marcada para o dia 8 de maio e por problemas de agenda o governo transferiu para dia 16. Agora, às vésperas, desmarca novamente. Isso é muito ruim porque o desconto do IR na PLR é uma clara injustiça tributária que precisa ser sanada o mais rápido possível”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
Ela lembra que já existe um compromisso do governo de zerar de imposto de renda uma parcela da PLR e que a luta pela isenção é bandeira de bancários, metalúrgicos, petroleiros, químicos e urbanitários desde o ano passado. “O governo já sinalizou que vai isentar, o que precisamos agora é que o Palácio do Planalto nos receba para que possamos debater os valores.”
A dirigente acrescenta que, além de justiça tributária, a medida será importante para a economia do país, já que mais dinheiro no bolso do trabalhador significa mais consumo e consequentemente maior produção. “O que vai ao encontro da política econômica do governo Dilma, que aposta em maior crédito e no fortalecimento da indústria nacional”, destaca.
Em nota oficial, a CUT também critica o adiamento da reunião. Leia abaixo:
Nota da CUT
Pela segunda vez no prazo de uma semana, o governo federal adia o encontro com as centrais sindicais que discutiria a isenção do imposto de renda sobre a PLR e o fim do fator previdenciário.
A audiência que ocorreria nesta quarta, 16, foi desmarcada, sem a definição de nova data.
Tal prática é muito ruim. Quando os temas em debate interessam ao empresariado, o governo tem por hábito ser bem mais ágil e constante.
Quando, por outro lado, os temas interessam aos trabalhadores e trabalhadoras, o compasso é de espera.
Cobramos a definição – e manutenção – de uma nova data para breve, e que a audiência avance para o fechamento de uma proposta positiva para a classe trabalhadora.
Artur Henrique, presidente nacional da CUT