Greve continua forte em São Paulo até categoria ser valorizada

Trabalhadores rejeitaram proposta insuficiente da Fenaban

Os bancários completaram 19 dias de greve nesta segunda-feira 7, mobilizando 32 mil trabalhadores de 608 locais, sendo 593 agências e 15 centros administrativos, em São Paulo, Osasco e região. No país, segundo dados divulgados pela a Contraf-CUT, foram 11.717 unidades e centros administrativos.

A forte adesão mostra a insatisfação com a proposta feita pela federação dos bancos (Fenaban) na sexta-feira 4, prevendo 0,97% de aumento real (reajuste de 7,1%) nos salários e nenhum avanço para questões consideradas prioritárias, como o fim da pressão por metas abusivas e melhoria nas condições de trabalho.

Em enquete veiculada pelo site desde a noite de sexta-feira, mais de 13 mil bancários votaram e 93% definiram a proposta como péssima ou ruim. Até o fechamento desta edição, às 20h desta segunda-feira, somente 7% consideravam a proposta boa.

No final da tarde de segunda-feira, reunidos em assembleia na Quadra, os bancários confirmaram a rejeição da nova proposta e mantiveram a paralisação por tempo indeterminado. A terça 8 será o 20º dia de mobilização.

“O Comando Nacional dos Bancários considera muito importante a retomada do processo negocial e informou à Fenaban que recomendaria a rejeição da proposta porque sabe que ela está aquém do que os trabalhadores precisam e do que os bancos podem pagar”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Além de insuficiente nas questões econômicas, a proposta não apresenta qualquer solução para um dos principais problemas da categoria que são as condições de trabalho que adoecem.”

A dirigente lembra que setores menos rentáveis da economia estão fechando acordos com aumento real maior. “Os bancos lucraram mais de R$ 60 bi em um ano (junho 2012/2013). Somente nos primeiros seis meses deste ano, os seis bancos do país já alcançaram quase R$ 30 bi de lucro (crescimento de 18,2% em relação ao mesmo período de 2012). São dados que mostram que o setor deve muito aos seus funcionários e a toda a sociedade. A forma de devolver o que deve é pagando salários mais altos e contratando mais para melhorar as condições de trabalho e o atendimento à população”.

Os 7,1% para reajustar os vales refeição e alimentação foi outra decepção para os bancários. “A inflação de alimentos subiu em média 10%. Os bancos podem pagar aumento maior para os tíquetes, seria uma forma de valorizar mais seus trabalhadores”, avalia a presidenta do Sindicato, lembrando também as novas conquistas reivindicadas pela categoria.

A Fenaban não apresentou proposta, por exemplo, ao vale-cultura de R$ 50 e ao abono-assiduidade para compensar em folga os dias 31 dos cinco meses do ano que são trabalhados e não são pagos. “Os bancos públicos já têm abono-assiduidade, há privados que abonam o dia do aniversário. Queremos o mesmo direito para todos”, completa Juvandia.

Ato na Paulista

A assembleia também aprovou um novo ato na Avenida Paulista, nesta quinta-feira 10, com concentração a partir das 15h, em local a ser definido.

A manifestação será articulada com outras categorias e além de ressaltar as reivindicações dos bancários e reforçar junto à sociedade a necessidade de um sistema financeiro mais justo, com ampliação do crédito, diminuição do valor das tarifas e melhoria no atendimento ao público com a contratação de mais trabalhadores em um setor que está demitindo.

Concentrações

O Núcleo Alphaville do Bradesco ficou parado, assim como o BB Verbo Divino e o SAC. O CAT e o ITM do Itaú, o Casa 1 e 3 do Santander também fecharam, além do Telebanco do HSBC. Outro prédio que ficou fechado foi a Superintendência Regional Santana, da Caixa, que gerencia cerca de 40 agências do banco federal.

Agências

Começaram a semana sem operar as agências dos corredores da Paulista e Higienópolis. Na zona leste, Vila Alpina, Parque São Lucas, Vila Zelina, Vila Matilde têm unidades paralisadas.

O mesmo acontece no Largo da Batata e na Faria Lima, zona oeste da capital. Em Osasco, as agências do calçadão do centro estão paradas, além da Avenida dos Autonomistas e dos bairros Jaguaré, Vila Yara e Km 18.

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