Trabalhadores protestaram em Londrina contra demissões no banco inglês
Os bancários do Paraná paralisaram dez agências e o Centro Administrativo Palácio Avenida, em Curitiba, nesta quarta-feira (23), demonstrando muita força no Dia Nacional de Luta contra o processo de reestruturação em andamento no HSBC, que está provocando demissões, fechamento de agências e piorando as condições de trabalho dos funcionários e o atendimento aos clientes.
Em Curitiba, os bancários ainda pararam a maior agência do banco inglês. “Pedimos proteção ao emprego. Queremos chamar a atenção dos funcionários e da população para o descaso do banco”, afirma Carlos Kanak, coordenador da Comissão de Organização de Empregados (COE) do HSBC e diretor do Sindicato.
No interior do estado, houve a paralisação de uma agência na base territorial de cada um dos sindicatos filiados à Fetec/CUT-PR: Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama.
Para Deonisio Schmidt, secretário-geral da Fetec/CUT-PR, “o processo de reestruturação em curso no banco traz enormes prejuízos não só aos bancários , mas também para o conjunto da sociedade, e somente poderá ser combatido com fortes mobilizações que envolvam funcionários e clientes”.
“Não podemos nos calar diante desse descaso com a sociedade brasileira proporcionada pelo HSBC, principalmente no que tange ao fechamento de agências e à demissão de funcionários, já que o lucro em nível mundial foi de R$ 37 bilhões no ano passado. Essa prática do banco gera insegurança e incertezas nos funcionários, além de um quadro de adoecimento fora do normal. Os bancários exigem a revisão dessa política”, afirma Divonzir Lemos Carneiro, presidente do Sindicato dos Bancários de Cornélio Procópio.
Em Londrina, o protesto ocorreu na agência Centro do HSBC, a maior do banco na região. “Entendemos que com esse novo modelo aumentarão as cobranças pelo cumprimento de metas e as responsabilidades dos bancários e bancárias. Não podemos deixar que os funcionários sejam bodes expiatórios de práticas de gestão condenáveis”, defende Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, exigindo respeito do HSBC aos funcionários brasileiros.
Segundo Valdecir Cenali, diretor do Sindicato de Londrina e integrante da COE do HSBC, as condições de trabalho e de atendimento aos clientes e usuários nunca estiveram tão ruins, nesses 17 anos de atuação do banco no país. “A falta de pessoal causa sobrecarga de serviços, muita fila e demora no atendimento”, aponta.