Vigilantes paralisam agências no país pelo adicional de risco de vida de 30%

Mobilização dos vigilantes em Curitiba

Inúmeras agências não abriram nesta sexta-feira (1º) em razão da paralisação nacional de 24 horas dos vigilantes, que ocorreu em vários estados do país. Os trabalhadores pressionaram as empresas de segurança para que todas cumpram imediatamente a lei nº 12.740/2012, sancionada no último dia 10 de dezembro pela presidenta Dilma, que garante o pagamento do adicional de risco de vida de 30% para todos os vigilantes patrimoniais.

Houve paralisações em cidades como Curitiba, Salvador, Teresina, Recife, Campo Grande, Manaus, Natal, São Luiz, Vitória, Florianópolis, Campinas (SP), Londrina (PR), São Bernardo do Campo (SP), Ribeirão Preto (SP), Rio Claro (SP), Sorocaba (SP), Petrópolis (RJ) e Niterói (RJ), bem como em determinadas regiões de São Paulo e Porto Alegre, segundo levantamento preliminar da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV).

Em alguns estados e cidades, os vigilantes entraram em greve por tempo indeterminado, como Paraná e Santa Catarina, uma vez que se encontram em campanha salarial e as negociações com os empresários não avançam. Noutros estados, os trabalhadores deflagram greve a partir da próxima semana, como Minas Gerais.

Rompendo barreiras

“O movimento superou as expectativas”, avalia José Boaventura, presidente da CNTV. “Os vigilantes mostraram organização, força e capacidade de luta, aumentando a pressão sobre as empresas para conquistar o pagamento imediato do adicional de risco de vida de 30%”, destaca.

“Com a paralisação já abrimos negociações com os patrões em vários estados, como Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Tocantins”, ressalta Boaventura. “Já arrancamos inclusive propostas que estão em discussão”, salienta.

Até agora, sindicatos de vigilantes do Distrito Federal e Roraima já possuem acordos coletivos assinados com os empresários, garantindo o pagamento do adicional de 30%.

Boaventura agradeceu o apoio da Contraf-CUT, sindicatos e federações de bancários em todo país. “Foi importante o apoio e a solidariedade dos bancários para a mobilização dos vigilantes e isso aumentou ainda mais a parceria que temos em defesa da segurança e da proteção da vida das pessoas”, enfatiza.

Denúncias

A Contraf-CUT recebeu várias denúncias de sindicatos de que agências, mesmo sem vigilantes ou com número insuficiente, abriram suas portas para atendimento de clientes, o que contraria a lei federal nº 7.102/83 e fragiliza a segurança dos bancários.

Em São Bernardo do Campo, por exemplo, o Santander chegou a orientar bancários a acionar a porta giratória, o que é totalmente irregular. Em Juiz de Fora, a Caixa Econômica Federal e o Santander abriram agências com número insuficiente de vigilantes e o Mercantil do Brasil funcionou sem vigilantes, conforme as denúncias.

As entidades sindicais protocolaram ofícios na Polícia Federal, solicitando a fiscalização dos estabelecimentos que estavam descumprindo a legislação e aumentando o risco dos bancários.

Recado

“Com essa postura inaceitável, os bancos reforçam o conceito de que tratam mesmo com descaso a segurança e não colocam em primeiro lugar a proteção da vida das pessoas”, critica Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

“Esperamos que as empresas de segurança tenham entendido o recado da mobilização dos vigilantes e negociem com os sindicatos o pagamento imediato do adicional de 30%, já garantido em lei, valorizando essa categoria que trabalha em atividade de risco e é fundamental para a segurança de bancários e clientes”, conclui Ademir.

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