Bradesco assume gestão do banco ibi com demissões

O Bradesco assumiu na semana passada a gestão do banco ibi promovendo demissões. Entre elas está a troca de praticamente toda a diretoria do ibi. O jornal Valor Econômico apurou que na alta cúpula do ibi, banco da C&A que foi comprado pelo Bradesco em junho por R$ 1,4 bilhão, só três executivos ficaram. Três foram demitidos, dois superintendentes foram para a C&A e outros três optaram por deixar a empresa.

O setor de cartões de crédito, que passou imune pela crise, já se transformou no principal produto de serviços dos bancos, com volume de transações que avança em cerca de 20%. Veja mais detalhes aqui.

O Bradesco encerrou setembro com uma base de 88,4 milhões de cartões, expansão de 8% em relação ao mesmo mês de 2008. Desse total, 37,5 milhões são de cartões com bandeiras (Visa, Amex e MasterCard). O banco não divulga mais a base dos cartões Amex. No terceiro trimestre, os cartões emitidos pelo Bradesco movimentaram 13,3 bilhões, alta de 12% frente ao mesmo trimestre do ano passado. O banco tem 18,9% do faturamento do mercado de cartões do país, que é liderado pelo Itaú Unibanco, com mais de 25%.

O presidente do ibi, Luiz Fernando Fleury, deixou o banco para ser diretor geral da Cetip, que acaba de terminar sua abertura de capital. Leonardo Soares, que tinha o cargo de vice-presidente e estava fazendo a transição pelo lado do ibi, foi outro a acertar sua saída.

O Bradesco aprovou a incorporação da ibi em assembleia no dia 29 de outubro. No dia 30, começou a gestão de fato e as trocas de executivos. Os comentários do mercado são de que o Bradesco se assustou com os altos salários de alguns executivos do ibi, que teriam rendimentos maiores até que o do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

Marcelo Noronha, diretor geral da área de cartões do banco, não dá maiores detalhes das mudanças. Diz apenas que as demissões que ocorreram foram por causa da sobreposição de cargos, como na área de tesouraria. “Alguns executivos foram aproveitados, como sempre ocorre nas fusões tocadas pelo Bradesco.” Ele cita o própria caso. Noronha veio da unidade brasileira do banco espanhol BBVA, comprada pelo Bradesco em 2003.

Para cuidar da integração, o Bradesco nomeou Cesário Nakamura, que era da própria casa. O executivo veio da American Express, bandeira de cartões comprada pelo Bradesco em 2006.

Coincidentemente, as operações do ibi ficam em Alphaville no mesmo prédio onde está a área de cartões do Bradesco. A expectativa é que o processo seja concluído rapidamente. O Bradesco vai consolidar a carteira do ibi no balanço do quarto trimestre de 2009.

Na assembleia extraordinária, foi aprovada a incorporação da Ibi Participações, empresa que controla o banco, uma promotora de eventos e uma corretora de seguros. A empresa virou uma subsidiária integral do Bradesco por meio de troca de ações. O Banco Central autorizou a aquisição em 11 de setembro.

Noronha diz que a expectativa do Bradesco é grande para os cartões do ibi. “Temos acesso a um grande público de baixa e média renda.” Olhando os números do banco, o Bradesco descobriu que, dos seus 22 milhões de clientes, nada menos que 9 milhões não têm conta-corrente. O banco tem 722 lojas, entre próprias e em conjunto com a C&A.

A base total de cartões do ibi é de 30 milhões, incluindo plásticos com bandeiras (Visa e MasterCard) e os cartões das lojas C&A (cerca de 21 milhões de plásticos). No ano passado, movimentou R$ 10 bilhões em transações com cartões.

O Bradesco pretende manter as parcerias que o ibi tem no varejo. Entre elas, Noronha cita a rede atacadista Makro e a Camisaria Colombo, além da própria C&A. O Bradesco tem outras 14 parcerias no varejo, incluindo a Casas Bahia e a Leader Magazine.

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