Depois da aprovação de uma série de leis para tentar coibir o crime conhecido como “saidinha de banco”, duas cidades da região de Ribeirão Preto aprovaram leis que visam colocar fim às explosões de caixas eletrônicos.
Conforme a Folha de S.Paulo publicou no último dia 12, ataques desse tipo têm avançado na região, principalmente em cidades menores. Onze municípios tiveram explosões neste ano, inclusive Araraquara, que aprovou uma lei sobre o assunto nesta semana.
Naquela cidade, o texto aprovado torna obrigatória a instalação de câmeras de monitoramento no interior de agências bancárias e comércios com terminais de autoatendimento – como postos de gasolina e supermercados.
A lei estabelece ainda que as câmeras devem ter alta definição e que o sistema funcione ininterruptamente. As imagens deverão ser armazenadas por, no mínimo, dois meses, para o caso de serem solicitadas pela polícia.
“No ano passado, houve um prejuízo de R$ 150 milhões com roubos e explosões a caixas eletrônicos no Estado de São Paulo”, disse o vereador de Araraquara, Édio Lopes (PT), autor da lei.
Estabelecimentos flagrados descumprindo as leis levarão multa de R$ 50 mil.
Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Araraquara informou que a lei aprovada não chegou à administração para apreciação.
Uma lei semelhante foi aprovada no mês passado em Barretos, onde bancos, agências dos Correios e casas lotéricas também deverão instalar câmeras de alta definição para coibir ataques. A multa para quem descumprir a medida é de R$ 2.500.
Para o ex-subsecretário de Segurança Pública do governo federal, Guaracy Mingardi, a instalação de câmeras pode ajudar a coibir roubos e explosões de caixas.
“As explosões a caixas eletrônicos começaram porque, com leis de segurança, ficou muito difícil de se assaltar um banco”, afirmou Mingardi, também especialista no tema.
EM ESTUDO
A Febraban, entidade que representa dos bancos no país, informou, por meio de assessoria de imprensa, que o setor jurídico está estudando os projetos aprovados em Barretos e Araraquara.
Historicamente, a entidade tem se posicionado de forma diversa sobre leis que tentam conter esses crimes.
A federação dos bancos se manifestou contra, por exemplo, à instalação de biombos para separar os caixas de atendimento. Leis com esse objetivo foram aprovadas, por exemplo, em Ribeirão e em Franca.