Instituições públicas recebem ajuda do governo para elevar empréstimos

FOLHA DE S.PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento na carteira de crédito dos bancos públicos deixou essas instituições próximas dos limites impostos pelas regras do Banco Central para a concessão de empréstimos. Isso obrigou o governo a injetar mais dinheiro nessas estatais para evitar uma paralisação dessa expansão nos próximos dois anos.

Em dezembro de 2008, por exemplo, o Banco do Brasil possuía R$ 15 de capital para garantir cada R$ 100 emprestados. Após as aquisições da Nossa Caixa do governo do Estado de São Paulo e de parte do banco Votorantim, esse valor caiu para R$ 13. Pelas regras do Banco Central, os bancos que atuam no país precisam ter capital para cobertura de, no mínimo, 11% da sua carteira de crédito.

Essa redução levou a instituição a realizar duas operações de captação de recursos com o objetivo de elevar esse limite em um ponto percentual no curto prazo. Mesmo assim, o banco estatal estuda fazer mais uma captação no mercado externo e um novo lançamento de ações em 2010 para manter os seus planos de expansão.

A expectativa é que o Tesouro Nacional injete cerca de R$ 5 bilhões no BB. Caso deixasse essa injeção de capital apenas por conta do mercado, o governo teria sua participação no controle da instituição reduzido. Vai buscar ainda outros R$ 3 bilhões no mercado.

No caso da Caixa Econômica Federal, esse índice caiu de 30% no início de 2008 para 16% em setembro deste ano. Essa redução levou o governo federal a anunciar uma nova ajuda ao banco estatal, de R$ 6 bilhões, o que vai permitir à instituição ampliar sua carteira de crédito em cerca de 50%.

Sem esses reforços, o valor mínimo seria alcançado no início do próximo governo, o que impediria os dois bancos de continuarem expandindo o crédito e fazendo aquisições.

PAC, Copa e Olimpíada

Além do financiamento a pessoas físicas e a empresas, a Caixa Econômica Federal ainda precisa de capital para financiar os programas oficiais como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida. Há também os financiamentos relativos à Copa do Mundo de 2014 e à Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

O BNDES (banco estatal de desenvolvimento) também teve uma ajuda de R$ 100 bilhões neste ano e vai receber mais R$ 80 bilhões em 2010 para financiar investimentos. Somente para as empresas do grupo Petrobras, o banco já liberou mais de R$ 25 bilhões neste ano

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